Em meio à crise econômica, franquias expandem e crescem 22% na PB

Desempenho paraibano foi mais que o dobro da taxa de crescimento do país (8,3%).  Os dados são da ABF. 

Fugindo dos resultados negativos que contaminaram a atividade econômica no ano passado, as franquias instaladas na Paraíba encerraram o ano passado com um faturamento de quase R$ 200 milhões (R$ 198 milhões), uma expansão de 22,2% sobre o ano anterior (R$ 162 milhões). O desempenho paraibano foi mais que o dobro da taxa de crescimento do país (8,3%).  Os dados são da Associação Brasileira de Franchising (ABF). 

Em número de unidades instaladas, o Estado fechou o ano passado com 1.522 negócios, o que representou um aumento expressivo de 34,7%, quando comparado ao ano anterior (1.130 unidade), um acréscimo de 392 novas unidades. Os números apontam que os empreendedores paraibanos em cenário recessivo da economia procuraram modelo de negócio já consolidado no mercado, como é o caso de franquias, que oferecem menos riscos. É tanto que o índice paraibano de novas unidades foi três vezes maior do que a média o nacional em novas unidades (10,1%), quando subiram de 125.641, em 2014, para 138.343 unidades, no  ano passado. 
 
Apesar da base de comparação menor do que o nacional, o diretor de Inteligência de Mercado, Relacionamento e Sustentabilidade da ABF, Cláudio Tieghi, destacou que o relevante crescimento da Paraíba tem dois principais motivos. O primeiro é a capacidade que as marcas tiveram de renegociar e otimizar preços com seus fornecedores, evitando que houvesse forte reajuste para o consumidor final. Item, aliás, importante em tempos de aperto econômico e compras retraídas. 
 
O segundo ponto citado por Tieghi foi a expansão de novas empresas que chegaram ao Nordeste, com diversificação de produtos. “No Nordeste em geral temos uma maior tendência de crescimento de franquias comparado a regiões como Sul e Sudeste. O Nordeste tem maior força de expansão e maior oportunidade para a instalação deste negócio”. Tieghi explicou ainda que este potencial maior da região vem ocorrendo desde o início dessa década por causa do poder de consumo que os consumidores adquiriram até 2012 e que fez com que a população acumulasse novos hábitos. 
Segundo  Cláudio Tieghi, os investimentos no ramo de franquias podem variar de R$ 15 mil a R$ 2 milhões e o retorno geralmente é proporcional ao volume aplicado e vem em média entre 18 meses e 36 meses. “A projeção para este ano é que a Paraíba siga a tendência nacional de ter um desempenho menor que o de 2015, mas ainda irá se destacar e deverá fechar com alta de dois dígitos”, apontou.
 
Quem lidera o mercado

 “Abrimos a clínica em abril de 2014, pegamos o início ainda da eclosão da crise econômica, mas desde então, não paramos de crescer”, afirmou André Correa Motta, franqueado da OdontoCompany, um empresa que presta serviços odontológicos em João Pessoa. 

O segmento de esporte, saúde, beleza e lazer detém 26% do total de franquias existentes na Paraíba. Em segundo lugar vêm alimentação (22%), acessórios e calçados (13%); educação e treinamento (9%), segundo a ABF.
 
Apesar de não ser dentista, André Motta resolveu implantar o negócio juntamente com seu pai porque viu neste segmento um bom nicho de mercado. “A área de saúde está incluída como de primeira necessidade e isso foi decisivo para a abertura da empresa”, contou o empresário que possui na clínica 12 profissionais da odontologia, enquanto ele administra a franquia. 
 
Segundo o empresário, o  público da empresa é diversificado e os serviços procurados vão desde os básicos como obturação até na parte da estética como clareamento, situação difícil de se ver há uma década. “Além de terem adquirido maior poder aquisitivo, as pessoas estão mais bem informadas”, constatou André Motta.