Contrariando os analistas que acreditam que o Dia das Crianças este ano na Paraíba deverá ser de lembrancinhas, ticket médio menor, estabilidade ou queda nas vendas, lojistas estão com opiniões divididas. Apesar de considerada a quarta data mais representativa para o varejo, os empresários esperam alta nas vendas em torno de 20% sobre o ano anterior ou até se preparam para enfrentar queda de pelo menos 10% nas vendas na data deste ano.
O economista da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), Fábio Bentes, alertou para uma retração de 2,8%, pior resultado dos últimos 12 anos. Segundo ele, quem incrementou demais o estoque corre o risco de apelar para liquidações para liberar os produtos. “Vários fatores colaboram para a queda deste ano como a inflação alta, a taxa média de juros para o consumidor que chega a 61,2% ao ano, além do efeito cambial, já que há muito item importado para crianças”, explicou.
Para Bentes, nenhum segmento do comércio este ano alcançou alta de 10% ou 20% sobre o ano anterior. “Esperamos que os lojistas não tenham aumentado demais o seu estoque para não terem que fazer liquidação depois”.
A proprietária da Buba e Teco Brinquedos, Karina Costa, estima que haverá aumento na procura comparado aos outros meses deste ano, no entanto, em relação a outubro do ano passado a queda deverá ser de pelo menos 10%. “De janeiro a setembro já tive redução de 10% no meu faturamento. Por isso, apesar de esperarmos uma maior movimentação em outubro, a data deverá trazer redução de pelo menos 10% em relação a 2014”.
A Rede Ri Happy, com o mix de brinquedos e ofertas em 1.000 produtos com até 70%, além de itens exclusivos da rede, prevê também crescimento de 8% de vendas deste ano sobre o ano passado. A rede, que possui duas unidades na capital, aposta em novidades para atrair consumidores como o Dino Zoomer, dinossauro – robô controlado por sensores de movimento, um produto exclusivo e que será uma grande aposta para a data da rede, além de ofertas como o disco voador Air Hogs Vectron.
Já a proprietária da Balão Mágico, que vende roupas, calçados e acessórios para crianças, Lúcia Lucena, mostrou-se bem otimista com relação à data. “No mês de setembro tivemos uma queda de 30% sobre o mesmo período do ano passado. Por isso estamos mais otimistas com relação ao mês das crianças. Esperamos empatar com o mesmo período do ano passado, mas não perdemos a esperança de registrar alta de 20% para fecharmos com chave de ouro”, comentou.
Para o presidente da Federação das Associações Comerciais da Paraíba, Alexandre Moura, o momento é de cautela e não há espaço para grandes expectativas. “A data está entre a terceira ou quarta mais importante para o varejo paraibano, mas se as vendas repetirem o mesmo desempenho do ano passado já está bom. O valor do ticket médio deverá ser menor, por isso aposto no Dia das Crianças mais de lembrancinhas do que grandes presentes”.
O gerente do Atacadão dos Presentes, José Nunes da Silva, está com a loja preparada para receber a demanda desde o início deste mês. Tentando ignorar a recessão do país, José Nunes arriscou um grande crescimento sobre o ano passado. “Aqui não tem crise, trabalhamos com otimismo e projeção de um aumento de 10% nas vendas.
