Habitação lidera gastos dos paraibanos

Paraibanos têm gastado quase um terço de sua renda mensal em moradia.

O alto valor de compra dos imóveis, aliado aos gastos com aluguel e com financiamentos, tem feito com que os paraibanos gastem quase um terço de sua renda mensal em moradia. É o que aponta a Pesquisa de Orçamentos Familiares (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que traçou um perfil das despesas das famílias paraibanas nos anos de 2008 e 2009. Representando o maior peso do orçamento, o segmento da habitação toma 31,9% da renda média calculada em R$ 1.444,88, correspondendo a um total de R$ 462,06.

Segundo o economista Adolfo Sachsida, o fenômeno se repete em todo o país. “A habitação é responsável pela maior parte dos gastos dos brasileiros. Atualmente, o índice de desemprego está muito baixo no país e as pessoas estão ganhando bem, mas quem sabe até quando isso irá se manter?”, indagou o especialista. O índice nacional de gastos com habitação é inferior, chegando aos 29,2%.

“De fato, os gastos com habitação são bem altos, mas acredito que os valores praticados na cidade estão de acordo com a capacidade da população. É claro que podemos constatar uma supervalorização de imóveis em um caso ou outro, mas a concorrência atual do mercado permite que o interessado barganhe e consiga valores melhores”, acrescentou o responsável pela empresa Bolsa de Imóveis, Ricardo Paulo Oliveira.

“O imóvel próprio é um desejo de todo brasileiro. É uma necessidade imprescindível, difícil de alcançar devido a esses gastos elevados, apesar da dilatação dos prazos e da redução dos juros nos últimos anos. Mesmo assim, estando dentro do orçamento, toda e qualquer família não mede esforços para investir em imóveis, não só aqui, mas em todo o Brasil”, pontuou o presidente em exercício do Conselho Regional de Corretores de Imóveis da Paraíba (Creci-PB), Jarbas Araújo.

Ainda conforme o IBGE, após a habitação, os paraibanos destinam sua renda aos setores da alimentação, que consome R$ 348,89 por mês (24% do total de R$ 1.444,88), transportes (19,25% do total, o que corresponde a R$ 278,55) e saúde (R$ 91,89 ou 6,3%).