Desenvolvedores e estudantes participam, entre esta sexta-feira e domingo, da Global Game Jam (GGJ), que na Paraíba acontece simultaneamente em Campina Grande e, pela primeira vez, João Pessoa, além de outros 60 países ao redor do mundo. O objetivo do evento é fomentar o desenvolvimento de jogos eletrônicos, mercado em forte ascensão no Estado.
Em João Pessoa, pela primeira vez em cinco anos, o evento acontece em duas sedes: uma no Colégio da Polícia Militar, em Mangabeira, e outra na Gracom Escola de Efeitos Visuais, no Centro da capital, que recebeu cerca de 70 inscritos.
Na ocasião, os participantes receberão um tema específico, mantido em segredo até a abertura do GGJ. A partir daí, vários grupos são formados para produzir, durante os três dias do evento, um protótipo de game baseado no tema proposto, que ao final será enviado para o site oficial do GGJ.
O coordenador do evento em João Pessoa, o professor Pablo Laranjeira, da Gracom Escola de Efeitos Visuais, ressaltou a importância da capital paraibana se tornar uma das sedes do encontro.“Nos últimos anos nosso mercado era ‘sufocado’ por Campina Grande e Recife, porque eles já estavam bem avançados na produção de games. Nosso desenvolvendo agora está mais acelerado e podemos dizer que também somos referência nesse mercado”, disse.
Esse crescimento, segundo o professor, é resultado da solidez que vem ganhando o cenário acadêmico e tecnológico de João Pessoa. “Temos cursos de qualificação, extensão, pós-graduação, ou seja, estamos nos tornando um polo real em desenvolvimento de jogos. Sediar o evento é resultado de todo esse nosso esforço, mostra como estamos avançando nesse segmento”, disse o coordenador da GGJ.
Segundo Pablo Laranjeira, o desenvolvimento evidencia que a Paraíba não fica mais para trás quando se fala em produção de games. “Hoje temos condições reais de formar grandes profissionais. Não é mais preciso ir para outros Estados ou países para estudar Game Design. Há 5 anos isso não era tão forte, mas hoje é algo palpável. Temos confiança na qualificação e temos demanda, tanto em João Pessoa como Campina Grande”, destacou.
Dentro desse amplo mercado, alguns setores já aparecem com mais força. “São várias opções de desenvolvimento, mas os principais são os jogos educativos, os advergames (jogos voltados para o mercado publicitário, usado como uma das principais ferramentas contemporâneas de marketing digital) e também os jogos independentes”, apontou o especialista.
CG TEM MAIOR ENCONTRO DA REGIÃO
Apesar de ser novidade a chegada da Global Games Jam (GGJ) em João Pessoa, em Campina Grande ela já acontece desde 2012, sendo considerada a cidade com o maior encontro do Nordeste. Mais uma vez o encontro será na Faculdade de Ciências Sociais Aplicadas (Facisa), através do curso de Jogos Digitais, e deve ter mais de 70 inscritos.
O coordenador do evento, o professor Rodrigo Motta, ressaltou que o evento é uma grande oportunidade tanto para os iniciantes como para quem já trabalha com desenvolvimento de games.
“São 48 horas para desenvolver um jogo. É importante porque coloca a prova as habilidades dos participantes. Muita gente se conhece por lá, gosta da parceria e acaba fazendo sociedade de empresas. Há também aqueles que já estão desenvolvendo outros games e, quando recebem bom feedback do game produzido no evento, mudam o rumo da produção”, disse.
O acesso a Facisa será aberto durante os três dias em todos os horários, mediante o uso do crachá. Quem preferir poderá dormir na faculdade e deve levar colchonete. Não será servido lanche, então cada participante fica responsável pela alimentação. A coordenação sugere ainda que o participante leve o material de trabalho (notebook, softwares, etc), pois a faculdade possui equipamentos nos laboratórios, mas não para um grande volume de pessoas.
