Livrarias vivem baixa nas vendas

Levantamento de associação mostra que preços dos livros também foram reduzidos em 34% entre os anos de 2004 e 2010.

A associação das livrarias do país divulgou um levantamento segundo o qual o setor teve, em 2011, um crescimento abaixo da inflação. A pesquisa mostrou também que as grandes redes crescem enquanto pequenas livrarias fecham. A ANL (Associação Nacional de Livrarias) aproveitou a ocasião para reforçar o lobby por uma demanda antiga do segmento, o tabelamento de preços de livros.

Segundo o levantamento, o setor faturou no ano passado R$ 2,2 bilhões, crescimento de 5,26% em relação a 2010 – a inflação foi de 6,5%. Os números revelam uma queda continuada no faturamento das livrarias. Em 2008 o crescimento anual foi de 10,4%; caiu para 9,73% em 2009 e 9,6% em 2010.

Para os diretores da ANL, a situação é causada, entre outras razões, pelo barateamento do preço do livro – conforme outra pesquisa do segmento, a queda acumulada no preço do livro foi de 34% de 2004 ao final de 2010. Outro motivo é o que avaliam de "concorrência predatória", a venda direta pelas próprias editoras ou via canais como portais de internet.

A ANL defende uma lei, semelhante a que já existe em países como França e México, que fixe um preço único para o livro em qualquer canal de distribuição, por um um ano após o lançamento. "A concentração de mercado destrói as pequenas e médias livrarias. Sem a bibliodiversidade, um país fica refém da cultura do modismo", afirmou o vice-presidente da ANL, Guto Kater.

A pesquisa revelou uma redução no número de pequenas lojas. Por outro lado, embora representem somente 19% do total, as grandes redes (com mais de 5 lojas) são responsáveis por 43,7% do faturamento do setor. Cresceu de 48% para 57% o número de comerciantes que fazem vendas.