Metro quadrado na PB é mais caro do Nordeste

Valor gasto pelas empresas para construir cada metro quadrado é o mais caro do Nordeste e também está acima da média nacional.

O custo da construção civil caiu em todos os estados brasileiros no mês de maio, mas caiu menos na Paraíba (-1,29%) e, por conta disso, o Estado fechou o mês com o maior custo médio do Nordeste por metro quadrado. Quer dizer, as empresas paraibanas precisam despender, em média, R$ 827,36 para construir cada metro quadrado no mercado local e este valor não só é o mais caro da lista nordestina como também está acima da média da região (R$ 776,47) e da nacional (R$ 826,34).

Os dados são do Índice Nacional da Construção Civil (Sinapi), calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) em parceria com a Caixa Econômica Federal. Conforme expõe, a ‘redução geral’ para o setor foi um reflexo da desoneração da folha de pagamento de empresas do setor da construção civil, em vigor desde primeiro de abril deste ano. A desoneração foi regulamentada através da medida provisória nº 601, de 28 de dezembro de 2012, tratando do cálculo dos encargos sociais, que retirou os 20% relativos à contribuição previdenciária incidente na folha.

No entanto, de acordo com o presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil em João Pessoa (Sinduscon-JP), Fábio Sinval, quase nada do proposto pela medida chegou, de fato, ao mercado da Paraíba. Desse modo, o benefício foi menor aqui. “Essa desoneração da folha foi um fiasco. Ela vale para as construtoras, mas aqui na Paraíba a maioria das empresas acumulam a função de construtoras e incorporadoras. Ou seja, para a maioria, não houve desoneração”, explicou.

Retornando aos números, tem-se que já em abril – quando a desoneração da folha começou a valer – tanto a Paraíba (+0,17%) quanto os vizinhos do Nordeste já apresentavam variações menores, que oscilaram entre a ligeira queda de 0,06% no Maranhão e a alta de 3,48% na Bahia. Mas os custos, por sua vez, saíram de ‘equilibrados’ em abril para ‘bem mais baratos’ em maio (para quem se beneficiou, de fato, com a desoneração da folha).

Neste contexto, os demais mercados derrubaram estes valores com mais força do que a Paraíba e, agora, poderão oferecer preços mais competitivos para o consumidor. A questão suscitada aqui é que o posto de ‘menor preço de venda’, ocupado pelas empresas paraibanas por tanto tempo, pode ficar ameaçado. Com preços maiores para construir (do lado das construtoras) e para comprar (do lado do consumidor), o Estado pode perder investidores.

Para Sinval, no entanto, a situação ainda não é preocupante. “A pesquisa do IBGE não leva em consideração outros custos que a construção tem que arcar e, se considerasse o pacote completo, mostraria que a Paraíba ainda é mais competitiva. De qualquer modo, eu garanto que os preços de venda aqui são e continuarão sendo os mais em conta do que o restante do país”, concluiu.