Muitos se desinteressam pelo curso

Falta de informação e baixa qualidade das escolas, favorecem desinteresse por cursos profissionalizantes.

Apesar da boa perspectiva, a análise dos dados aponta que mais de três quartos da população nunca frequentou educação profissionalizante, quase 70% por falta de interesse. Além disso, a pesquisa verifica que 8% dos que iniciaram algum curso profissionalizante não concluíram. A maioria porque deixou de ter interesse pelo curso no qual estavam inscritos. Entre os que concluem, mais de 37% não conseguem trabalhar na área. Os cursos profissionalizantes no Brasil são oferecidos pela rede pública, pela rede privada, pelo Senai e por organizações não governamentais.

Na avaliação de Marcelo Neri, a baixa procura por cursos profissionalizantes tem a ver com a falta de informação e a má qualidade das escolas brasileiras. “A baixa qualidade da educação básica no Brasil influencia a demanda pela educação profissional”, diz o economista que assinala que a educação profissional resulta em um ganho médio de 15%.

Na opinião de Rafael Lucchesi, diretor de Educação e Tecnologia do Senai, o ingresso desses jovens deverá dar “lastro” ao crescimento do setor industrial nos próximos anos. A expectativa do executivo é que os onze principais setores industriais brasileiros totalizem US$ 648 bilhões de investimento entre 2011 e 2015. O Senai promete até 2014 ampliar sua rede de escolas técnicas e cursos profissionalizantes de 2,4 milhões de matrículas para 4 milhões.

Para isso, contará com empréstimo de R$ 1,5 bilhão do BNDES.