Obras do trevo de Mangabeira preocupam comerciantes da avenida Josefa Taveira

 Lojistas instalados na área alegam que, após início das ações no local, a queda nas vendas chega a 90% e nem as promoções estão atraindo os compradores. 

As obras do trevo do bairro pessoense de Mangabeira são motivo de preocupação para os comerciantes da Avenida Josefa Taveira. Eles alegam queda de até 90% nas vendas se comparado ao período anterior aos serviços no local. Por causa da dificuldade de acesso à avenida, os clientes se afastaram da área. Por causa disso, contratações estão deixando de ser efetuadas e nem as promoções estão atraindo os compradores. Há empresário que está até fechando o estabelecimento porque não tem mais condição de manter o ponto.

É o caso das lojas de Gerlane Pôncio de Leon, gerente da Kital Modas, que vende calçados, bolsas e assessórios. Ela contou que tinha outro ponto na avenida, vendeu o ano passado e comprou o estabelecimento onde trabalha atualmente porque a localização era melhor. “Só que me mudei para cá no momento errado. Esta reforma começou entre outubro e novembro e desde então a procura caiu 90%. Estou passando o ponto para alugar porque não tenho mais como manter o negócio”, afirmou.

Segundo Gerlane Leon, na terça-feira passada ela não abriu a loja por causa da retração nas compras. “Tenho três funcionários e está muito difícil mantê-los. Meu marido tem um comércio em outra cidade. É com o lucro de lá que estamos cobrindo as despesas daqui”, confessou. Ela acrescentou que a diminuição no número de clientes está associada às obras do trevo. “Antes da obra a retração era de aproximadamente 10% por causa da situação econômica. Agora depois dos serviços a situação piorou muito”.

O proprietário da livraria evangélica Gospel Mix, José Marcos da Silva Júnior, afirmou que não tem concorrente na Josefa Taveira, mesmo assim a queda é de 60%. “Temos uma via só, de mão única, então não tem como o cliente retornar para vir comprar algo. O acesso às lojas da Josefa Taveira ficou muito difícil com esta reforma. Quem vem do centro da cidade tem que fazer um longo contorno por outros bairros para chegar à Josefa Taveira. Esta situação é bem diferente do normal, já que a via era passagem para pessoas que iam para diversos bairros da capital e tinha muito movimento”, frisou José Marcos.

O empresário declarou que está adiando contratações por causa da queda no faturamento e investindo em promoções de 20% até 60% para aquecer as vendas, mas a estratégia não está surtindo efeito. “Eu tinha dois funcionários, um não deu certo e dispensei. Mas até agora não contratei outro por causa da situação crítica”, salientou José Marcos.

O funcionário do Box Nossa Senhora do Carmo, que comercializa frutas, verduras e legumes, João Antonio Luiz da Silva, afirmou que a queda no local chegou a 80%. “Isso por causa destes serviço do trevo. Outro problema é que há algum tempo o motorista está proibido de estacionar na rua para comprar. Tínhamos uma freguesia boa, mas os clientes passantes sumiram”, lamentou.

A reportagem tentou ouvir o Departamento de Estradas e Rodagens da Paraíba (DER-PB) mas o diretor de obras, Hélio Cunha Lima, e o superintende, Carlos Pereira, não atenderam às ligações.