O cheiro bom dos temperos e a boa aparência das frutas e hortaliças orgânicas atraíram pessoenses durante o Dia Estadual de Combate ao uso de Agrotóxicos, comemorado ontem com uma feira livre no Ponto de Cem Réis, em João Pessoa. Com uma das maiores produções do Nordeste, a Paraíba chega a elevar sua comercialização de alimentos orgânicos em 30% todos os anos. A ideia do evento é difundir alternativa para vendas de produtos mais saudáveis.
De acordo com o superintendente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária em João Pessoa (Incra-JP), Cleofas Caju, são vendidas cinco toneladas de alimentos orgânicos por semana nas 40 feiras espalhadas pela Paraíba.
A feira agroecológica de ontem aconteceu na data em que também se comemora o Dia de São José – santo padroeiro dos trabalhadores – e contou com a presença de 300 produtores e 40 estandes de vendas. Em meio ao clima movimentado da praça e ao som do mais autêntico forró paraibano, o consumidor pôde conhecer uma parcela do que é produzido e comercializado no Estado. “De João Pessoa à Cajazeiras, estamos trabalhando para potencializar o acesso do paraibano à feira agroecológica.
Estamos fomentando a organização de cooperativas para ampliar a venda e levarmos os produtos aos supermercados, porque a demanda já existe e a população já opta por este tipo de alimento”, afirmou.
E opta mesmo. No caso da aposentada Clarice Araújo, que só compra produtos orgânicos, a feira de ontem foi uma surpresa boa. “Sempre vou à feira na universidade [UFPB] nas sextas-feiras. Este alimento é mais saudável, é mais bonito de se ver e, se for um pouco mais caro, é porque é de melhor qualidade. Hoje, comprei mangaba, feijão, alface, tudo novinho”, contou.
A fidelidade da aposentada é motivo de comemoração para os comerciantes José Antônio da Silva e Maria Aurora. “Para gente, é um prazer trazer produtos de qualidade, mas queremos mais gente comprando. O pessoense não quer mais produto com agrotóxico, quer mesmo é o orgânico”, assegurou.
José Antônio explicou que para o cultivo dos alimentos sem agrotóxico, os produtores utilizam técnicas especiais. Os chamados ‘biofertilizantes’ são fabricados de maneira artesanal e ajudam a combater as pragas.
