Paraibano deve gastar R$ 1,27 bi com beleza

Setor de higiene e cuidados pessoais é um dos que mais crescem no Estado e estimula franquias.

O segmento de beleza é um dos mais promissores do Brasil e da Paraíba para novos empreendedores. Segundo dados do Instituto Data Popular, os brasileiros gastaram cerca de R$ 59 bilhões com produtos e serviços de beleza, colocando o país atrás somente dos Estados Unidos e Japão. Já dados do estudo IPC Maps apontam que, apenas na Paraíba, a clientela deve desembolsar R$ 1,273 bilhão com higiene e cuidados pessoais, valor 12,5% superior ao ano passado – apenas as classes B e C devem concentrar mais de R$ 1 bilhão de gastos nessa categoria.

Dados da Receita Federal apontam que na Paraíba existem 4.283 microempreendedores individuais que atuam como cabeleireiros ou em outras atividades ligadas aos cuidados estéticos, sendo 1.473 concentrados em João Pessoa e 750 em Campina Grande.

“Antigamente havia apenas uma média de dois salões de beleza por bairro, hoje já existem seis ou até mais. Apenas aqui pelo centro da cidade é possível encontrar 20”, afirma a gestora da unidade de João Pessoa do Instituto Embelleze, Tatiane Dallo. Única franquia que oferece cursos profissionalizantes no setor de beleza na Paraíba, o Embelleze atua em João Pessoa há 8 anos. “Nesse período já formamos cerca de 5,8 mil profissionais nas especialidades de manicure, cabeleireiro, depilação, maquiagem e outros”, detalha.

O Nordeste, sobretudo a Paraíba, é um mercado estratégico para a franquia, que tem sede em São Paulo. O Estado é o segundo da região com a maior quantidade de alunos formados, atrás apenas da Bahia. Com isso, a empresa – que também conta com unidades no bairro de Mangabeira e na cidade de Campina Grande – quer expandir por meio de novos franqueados para outros municípios, incluindo Bayeux, Cabedelo, Cajazeiras, Guarabira, Patos, Santa Rita, Sapé e Sousa.

Segundo Dallo, a unidade central da escola em João Pessoa efetua cerca de 100 matrículas por mês, a maioria de renovação – ou seja, alunos que concluíram outros cursos e procuram novos. “Houve uma mudança no perfil dos alunos. Hoje temos profissionais de outras áreas, como saúde, advocacia e odontologia que procuram se profissionalizar em beleza, porque perceberam a possibilidade de aumentar a renda e realizar o sonho de abrir o próprio negócio”, revela Tatiana.

A cabeleireira Valéria Rodrigues trabalhou cerca de dois anos como diarista. Até 2008, recebia em torno de um salário mínimo, dependendo do volume de serviços, e não tinha perspectivas de crescimento profissional. “Eu percebi que não ia sair dali. Queria mudar, ter oportunidade de crescer, e foi quando procurei o curso de cabeleireira”, conta. Ela se matriculou em uma das turmas do Instituto Embelleze e, antes de concluir, já trabalhava em um salão. Atualmente, ela recebe uma comissão que chega a mais de R$ 3,5 mil em meses de maior movimento.

CAPACITAÇÃO MANTÉM NEGÓCIO

A pequena empresária Mariane Borges trabalhava em uma empresa da área de saúde até 2007, quando migrou para o setor de beleza. Antes de se formar, abriu um salão em Mangabeira, onde trabalhou por seis anos. Há dois conseguiu se formalizar e há pouco mais de um ano transferiu a unidade para uma das regiões mais valorizadas de João Pessoa, nos Bancários, ao lado do Shopping Sul. “No primeiro mês como proprietária de salão eu consegui ganhar o que levaria um ano para receber no emprego antigo”, diz Mariane. Hoje ela emprega seis pessoas em seu salão e, apesar de não revelar os números, tem bons lucros.

“Para trabalhar nessa área tem que ter foco e capacitação.

Muitas pessoas que se formaram na mesma turma que eu não estão mais no mercado”, enfatiza. A empresária frisa que foram necessários outros cursos para se reciclar e permanecer no mercado, sobretudo nas áreas de gestão e atendimento. “Os próprios fornecedores promovem cursos de capacitação. Já fiz cursos pela L’Óreal, Wella, Matrix e outros”, lembra.