A possível falta de gasolina prevista para o final deste ano na Paraíba já está deixando o Procon Estadual em alerta. Caso seja confirmado o problema, que ameaça ainda outros cinco estados brasileiros, o consumidor deverá ser o principal lesado, em virtude da provável elevação dos preços dos combustíveis em uma das épocas de maior consumo.

Diante da ameaça, a secretária executiva do Procon-PB, Klébia Ludgério, garante que o órgão acompanhará de perto o movimento do combustível nas refinarias, distribuidoras e nos postos revendedores. “Apesar da ANP [Agência Nacional do Petróleo] ter anunciado que isso não está ocorrendo e nem irá acontecer, nós do Procon ficaremos vigilantes quanto ao abastecimento por parte das distribuidoras em atuação na Paraíba”, declarou.

Quanto aos valores praticados pelos postos de combustíveis, Klébia conta que tanto o Procon Estadual como o Municipal estarão avaliando de perto as movimentações, de modo a aplicar as sanções cabíveis se for constatado algum tipo de abuso.

“Esse pode ser um golpe das distribuidoras para justificar um futuro aumento de preço neste final de ano, por isso vamos acompanhar cuidadosamente para que nenhum consumidor se sinta prejudicado”, disse. Na última semana, o Procon-JP multou 49 postos por elevações de preço sem justificativa.

Além de prejudicar os paraibanos que pretendem viajar no mês de dezembro, se o problema da falta de gasolina realmente acontecer, a própria economia do Estado será afetada em virtude do crescimento do fluxo de veículos de empresas de variados setores realizando entregas na época. O período de 20 a 31 de dezembro promete ser o mais crítico, por abarcar deslocamentos em razão do Natal e do Réveillon. Nos últimos dois meses do ano, o consumo de gasolina costuma ser 10% superior aos bimestres anteriores.

Em nota dirigida à imprensa, a ANP afirmou que “o abastecimento de combustíveis no Brasil, tanto de diesel quanto de gasolina, está ocorrendo de forma regular. Casos pontuais envolvendo o abastecimento de gasolina, ocorridos recentemente em alguns locais, já foram sanados”.

Por sua vez, o promotor de Justiça e curador do Consumidor da Paraíba, Glauberto Bezerra, afirmou que, por enquanto, não vai se manifestar sobre o assunto por se tratar de “ainda meras especulações”, mas que, caso o problema se concretize, a curadoria dedicará atenção ao fato. Já a assessoria de imprensa do Procon-JP explicou que o coordenador do órgão só se pronunciará sobre o caso diante de alguma declaração oficial e que as fiscalizações nos postos continuarão sendo realizadas normalmente.

MINISTÉRIO RECONHECE
O governo reconheceu que o país passa este ano por uma situação mais complicada de abastecimento de combustíveis, mas descartou que ocorram problemas graves de fornecimento nos próximos meses. "É uma situação de mais aperto. Mas não estamos preocupados. A ANP (Agência Nacional de Petróleo) está acompanhando o assunto e nos garantiu que está tranquila", disse Marco Antônio de Almeida, secretário de Petróleo, Gás Natural e Combustíveis Renováveis do Ministério de Minas e Energia.

Ele afirmou, no entanto, que podem ocorrer "problemas pontuais" em algumas regiões do país. "Não descarto, mas serão problemas específicos. Pode ser que ocorra até em regiões que não foram elencadas como vulneráveis", explicou.

Segundo o secretário, a Petrobras também relatou ao governo que está fazendo o necessário para que não ocorram interrupções no abastecimento de gasolina e de outros derivados de petróleo este ano.