Produção de algodão colorido cai 90% na PB

Investimentos em estocagem deverão amenizar os efeitos da baixa na produção do algodão colorido; estratégias foram discutidas por comitê gestor.

As dificuldades encontradas pelos pequenos produtores paraibanos de algodão colorido este ano e as estratégias que podem ser aplicadas para viabilizar a produção foram tema de reunião na manhã de ontem em João Pessoa. O Comitê Gestor do Algodão Colorido discutiu, no auditório da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), a baixa de 90% na produção do ano, que deverá ser amenizado por meio de investimentos em estocagem.

Para a diretora do Grupo Natural Cotton Color, Francisca Vieira, o que está faltando no Estado é intervenção das autoridades.

“A matéria-prima está em falta, tanto que teve fábrica que chegou a passar 15 dias fechada, e não há como estocar pluma”, explicou a empresária. Segundo ela, a matéria-prima encareceu em cerca de 30% neste ano e a produção não foi capaz de atender à demanda em função da estiagem.

Segundo o coordenador do comitê gestor, Waltemilton Cartaxo, a entrada da Conab na cadeia produtiva do algodão colorido, oficializada na ocasião, deve amenizar os problemas encarados principalmente pelos pequenos produtores rurais. “Não há dúvidas de que a ação de um órgão como a Conab visando garantir o estoque será capaz de aliviar esses efeitos”, disse.

De acordo com Francisca, a Natural Cotton Color adquire um quilo de pluma catada a mão por R$ 7,80, valor inviável para o pequeno produtor.

“Precisamos de colheitadeiras pequenas para viabilizar o plantio. Os custos estão muito altos da maneira como as coisas estão sendo conduzidas”, acrescentou o agricultor Júlio Neto, do município de Santa Helena.