Publicidade quer novos talentos

Empresários do ramo publicitário paraibano, participaram de almoço nesta terça-feira (11) em João Pessoa e fizeram balanço do mercado.

O mercado publicitário paraibano abriu as portas para a convergência e, agora, espera por profissionais mais preparados para lidar com as mídias digitais. Atualmente, o Estado contabiliza 15 agências filiadas ao Sindicato das Agências de Propaganda do Estado da Paraíba (Sinapro) e à Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap-PB).

Durante a confraternização dos empresários da cadeia publicitária, na tarde de ontem, no restaurante Bastos Gold, o presidente da Abap-PB, Max Leal, afirmou que o mercado, do ponto de vista das agências, está bem atendido, mas busca agora "a excelência profissional. Precisamos de talentos, mas com especialização”, disse.

Segundo o Mapeamento da Indústria Criativa no Brasil, organizado pela Firjan, o mercado publicitário é o segundo segmento criativo que mais empregou no país em 2011, com 14,4% de representatividade e mais de 116.400 carteiras assinadas. Ele fica atrás apenas de Arquitetura e Engenharia, que empregou 230.258 pessoas (28,4%).

Além disso, no ranking brasileiro, o setor está em 4º lugar em remuneração, com média mensal de R$ 4.462,00. Estados como São Paulo (R$ 5.266,00), Rio de Janeiro (R$ 5.078,00) e o Distrito Federal (R$ 4.950,00) lideram o ranking em valor médio de salários. A Paraíba, que é uma economia mais moderada, contabiliza uma média salarial de R$ 1.818,00.

“A economia da Paraíba não dispõe de indústrias e multinacionais como estados vizinhos e, por isso, existe uma distância financeira da nossa fatia de mercado. Por outro lado, competimos em igualdade com relação à criatividade. Nossa intenção é fortalecer a formação profissional paraibana para que não precisemos pegar currículos de fora. O Sul e Sudeste descobriram as potencialidades do mercado daqui e muitos profissionais tentam uma vaga”, assegurou o presidente do Sinapro, Rinaldo Pessoa.

Criativo da publicidade paraibana há 25 anos, o empresário da Antares, Júnior Guerreiro, afirmou que a publicidade mudou bastante ao longo dos anos e, principalmente, pediu por mais qualidade. “E foi nisso que nós investimos, numa finalização melhor dos materiais, no avanço da área de produção gráfica. E outro ponto foi direcionar um olhar cuidadoso para a área digital”, comentou.

Uma das conclusões do relatório “Global Entertainment and Media Outlook 2012-2016”, organizado pela PWC, é que estamos entrando no segundo estágio da Era digital. As empresas de mídia, as agências de publicidade e os anunciantes já estão familiarizados com o mundo digital e o desafio agora é implementar com eficiência as estratégias de negócios – e, para isso, entender profundamente o comportamento do consumidor com relação às diversas mídias. “O ambiente digital gerou novas oportunidades e a necessidade de profissionais para supri-las. Hoje, não há como planejar a construção de uma marca sem pensar na pluralidade das mídias, sem pensar em redes sociais. Creio que convergir é a premissa de tudo que é produzido aqui”, explicou Guerreiro.

Em contraponto, o empresário Hindemburgo Rolim, da agência Sopa Club – que atua há quatro anos no mercado paraibano – explicou que a nova geração da publicidade está mais habituada com as novas ferramentas. “Isto é o que eles trazem de melhor, porque têm mais facilidade de convergir online e offline. De qualquer forma, para quem deseja se destacar, não adianta vir com o novo apenas. A melhor estratégia é conhecer bem a publicidade dos experientes e fazer diferença dentro do que já existe”, aconselhou.