A projeção da safra de grãos 2013/2014 na Paraíba é de 65,3 mil toneladas segundo o 11º Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado ontem. O número representa um aumento de 41,3% sobre safra 2012/2013, cuja produção foi de 46,2 mil toneladas. Os dados não são comemorados por entidades ligadas à área rural já que o Sertão paraibano deverá enfrentar o quarto ano de seca, e no ranking do Nordeste a Paraíba ocupa a penúltima posição em produção de grãos, ficando à frente apenas do Rio Grande do Norte (36 mil toneladas).
Em relação à área plantada houve aumento de 42,9% no Estado, saindo dos 109,8 mil/ha da safra anterior para os atuais 156,9 mil/ha. A estimativa para a safra de feijão é de 23,5 mil toneladas, uma expansão de 21,8% sobre a produção de 2012/2013 que foi de 19,3 mil toneladas.
Já a safra 2013/2014 de milho deverá chegar a 40,5 mil toneladas, representando um aumento de 54% sobre a anterior (26,3 mil toneladas). As duas culturas são responsáveis por mais de 98% da produção do Estado.
“Não acredito nestes números porque não podemos dizer que teremos safra de grãos na Paraíba este ano. Entraremos para o quarto ano de seca. Quem plantou já perdeu muita coisa e até o final do ano os prejuízos devem chegar a 90%”, desabafou o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado (Fetag-PB), Liberalino Ferreira.
Segundo ele, as chuvas que caíram no início do ano não foram suficientes para recuperar o plantio, e muito agricultor só tem o suficiente para se alimentar. “Feliz aquele que conseguiu acumular um pouco, porque o que foi colhido, muito mal dá para comer. O inverno no Sertão já passou e os agricultores estão esperando agora as chuvas do próximo ano. O que sobreviver este ano virá do Brejo e Litoral”, afirmou Liberalino.
NORDESTE
No Nordeste, a previsão da safra 2013/2014 é de 16,752 milhões toneladas. As maiores produções são registradas na Bahia (7,614 milhões toneladas); Maranhão (4,301 milhões toneladas); Piauí (2,775 milhões toneladas); Sergipe (1,130 milhão toneladas); Ceará (571,9 mil toneladas) e Pernambuco (188,9 mil toneladas). Os três últimos são Alagoas (68,6 mil toneladas); Paraíba (65,3 mil toneladas) e Rio Grande do Norte (36 mil toneladas).
