Vilão do mês, batata inglesa sobe 33,5% em JP

Reajuste foi de 8,78%, sendo 2,26% no primeiro trimestre do ano; alimentos, indispensáveis na feira, registraram alta de 0,63% no mês.

Viver em João Pessoa está mais caro. O Índice de Preços ao Consumidor da cidade de João Pessoa, divulgado pelo Instituto de Desenvolvimento Municipal e Estadual (IDEME) subiu 1,12% no mês de março. No acumulado dos últimos 12 meses, a subida foi de 8,78%, sendo 2,26% no primeiro trimestre do ano.

Os números são superiores aos do Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), que ficou em 0,92% em março (com acumulado de 2,18% no trimestre e 6,15% nos últimos 12 meses).

Os alimentos, indispensáveis na feira, registraram uma alta de 0,63% no mês. O que registrou o maior reajuste no preço foi a popular batata inglesa. De acordo com o estudo, o custo do produto disparou 33,56%, enquanto a sua categoria (tubérculos e raízes) apresentou variação negativa de 7,27%. Itens de vestuário, como roupas e sapatos, também tiveram um aumento expressivo.

Outros ingredientes que frequentam o prato do pessoense na hora do almoço também sofreram reajuste. O preço do feijão aumentou 12,07%, e o da cebola subiu 11,33%. Em alguns supermercados da capital, o quilo da banana subiu, em média, de R$ 2,89 para 3,90, e o da batata de R$ 3,50 para R$ 4,90, mas o preço do quilo pode chegar perto de R$ 7.

No mercado central, a batatinha pode ser encontrada por, no mínimo, R$ 4 o quilo. No entanto, os feirantes alegam que a mesma quantidade era vendida por até R$ 2,50 em fevereiro.

Uma das vendedoras, que preferiu não se identificar, disse que o preço atual aos consumidores não tem margem de lucro para o feirante. “Uma saca de 60 quilos está sendo vendida a 200 reais”, reclama.

A banana-prata, outro item bastante procurado, está sendo vendida a 5 unidades por R$ 1 – há um mês, com a mesma quantia era possível adquirir 7 bananas. O motivo, segundo os vendedores, é a queda na safra e as fortes chuvas dos últimos dias, que prejudicaram as plantações dos agricultores. Entre os produtos consumidos cotidianamente, o feijão verde e o inhame apresentaram redução, passando, respectivamente, de R$ 8 o quilo para R$ 6 e de R$ 6 para R$ 4.

A funcionária pública Guaraci Pereira faz compras todo sábado na feira livre do Bairro dos Estados e, às quintas-feiras, no supermercado. Ela estima o aumento dos gastos na feira em 20% no último mês. “Tudo subiu. O leite e a carne também estão mais caros”, afirma.

Cícero Bernardo, presidente da Associação dos Supermercados da Paraíba, lembra que produtos como a batatinha e o feijão vêm de outros estados brasileiros, como a Bahia e Minas Gerais.

“O feijão subiu um pouco no final do mês passado, agora o preço já estabilizou. Mas a batatinha realmente teve um aumento grande”, conta. Ele confirma que o excesso de chuvas ou a estiagem prolongada podem provocar perdas aos agricultores e, consequentemente, levar a uma alta de preços. (Colaborou Eber Freitas)