Voos mais caros já reduzem movimentação

Preço das passagens aéreas paraibanas vem contribuindo para a diminuição do fluxo de passageiros nos aeroportos.

Com alta de quase 17%, segundo dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de setembro, o preço das passagens aéreas paraibanas vem contribuindo para a diminuição do fluxo de passageiros nos aeroportos Presidente Castro Pinto, em João Pessoa. O valor do bilhete na capital paraibana chega a ser mais caro que os encontrados em cidades como Natal e Recife, para os mesmos destinos e no mesmo período.

De janeiro a setembro deste ano, João Pessoa acumula queda de 1,79% no fluxo de passageiros, segundo dados da Superintendência do Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto. Segundo o superintendente do aeroporto, Alexandre Oliveira, a diminuição no fluxo de pessoas no aeroporto é reflexo do momento econômico vivido em todo o país. “Nós tivemos queda, mas é uma queda baixa, se compararmos com outros Estados. Há retração no país inteiro, sobretudo no Nordeste”, disse.

Um dos fatores que podem contribuir para a retração no fluxo de passageiros é a alta de preço nos voos, que está diretamente ligada à baixa oferta de destinos partindo de João Pessoa. O cálculo é antigo: como há pouca oferta, logo, pouca concorrência, as companhias ficam livres para aplicar preços menos atrativos aos consumidores, que, na falta de opções, têm que contratar o serviço.

O voo pela companhia aérea Gol, de João Pessoa em destino ao Aeroporto Guarulhos, São Paulo, partindo no feriado de 15 de novembro e retornando no dia 18 de novembro, custa R$ 1.537,50. O valor é 62% superior à passagem encontrada para o mesmo período partindo do Recife (R$ 951,92) e 7,5% maior partindo de Natal (R$ 1.429,02).

Na avaliação do superintendente do Aeroporto Internacional Presidente Castro Pinto, a alta de preços não é protagonista na queda de passageiros em João Pessoa, mas reconhece que a baixa oferta de voos no Estado encarece o valor da passagem.

“Nós enfrentamos baixa de passageiros desde fevereiro, então não posso dizer que a alta de preços de setembro é responsável pela diminuição de passageiros, mas sabemos que quando se tem menos oferta de voos, o preço é maior”, disse.

Para mudar esta realidade de alta de preços e sucessivas quedas de passageiros, são necessárias mudanças em diversos setores econômicos do Estado, conforme explicou Alexandre Oliveira.

“A quantidade de voos é medida pelo desenvolvimento da localidade. É preciso fomentar iniciativas que tragam desenvolvimento para o Estado. A Paraíba já está investindo em fortalecimento da indústria e do turismo, então esperamos que isso gere frutos para os próximos anos”, prevê o superintendente do Aeroporto Castro Pinto, Alexandre Oliveira.

CAMPINA REVERTE QUEDA

Nos primeiros quatro meses do ano, o Aeroporto Presidente João Suassuna acumulava queda no fluxo de passageiros. Em setembro, com o aumento na oferta de voos, o volume de passageiros aumentou 11,74%, em relação a mesmo mês do ano passado, segunda maior alta da história do aeroporto, com expectativas para fechar outubro com crescimento de 4%.