Dia do Livro: veja autores mais cobrados no Enem

Saiba quais são os autores mais cobrados no Enem.

Dia do livro: conheça os autores mais cobrados no Enem.

O dia mundial do livro é comemorado no dia 23 de abril e, tendo em vista a importância da literatura nacional não só para a construção cultural da população como também para o processo de preparação acadêmica para a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), o Jornal da Paraíba separou nesta matéria 5 dos autores mais cobrados no Enem.

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Machado de Assis

Machado de Assis é um dos autores mais cobrados no Enem. Suas obras são clássicos da literatura brasileira do romantismo e realismo, dentre elas: Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cuba. Dom Casmurro é considerada a obra mais famosa de Machado de Assis e um dos principais clássicos da Língua Portuguesa. Pela sua relevância atemporal, o livro é cobrado com frequência em provas de vestibulares e no Enem.

Principais obras de Machado de Assis:

  • Memórias Póstumas de Brás Cubas (1881)
  • Quincas Borba (1891)
  • Dom Casmurro (1899)

José de Alencar

José de Alencar foi um jornalista, advogado, político e escritor romancista brasileiro. Dentro de suas obras, ele buscou mostrar o Brasil de forma romântica e idealizada. Suas produções literárias são repletas de uma variedade linguística presente na cultura popular e do retrato da fauna e flora brasileira.

Principais obras de José de Alencar:

  • Iracema (1865)
  • O Guarani (1857)
  • Lucíola (1862)
  • Senhora (1875)
  • O Sertanejo (1875)

Clarice Lispector

Autora modernista e dona de uma escrita poética, intimista, sofisticada e profunda, Clarice Lispector é famosa não só dentro do meio das redes sociais pelo grande número de compartilhamentos de suas frases, como também em grandes processos seletivos, como o Enem. Por ser dona de uma prosa que busca destacar a jornada psicológica dos seus personagens, as obras de Lispector exigem grande capacidade de compreensão dos alunos.

Principais obras de Clarice Lispector:

  • A Hora da Estrela (1977)
  • A Descoberta do Mundo (1984)
  • Onde Estivestes de Noite (1974)
  • Uma Aprendizagem ou Livro dos Prazeres (1969)

Carlos Drummond de Andrade

Carlos Drummond de Andrade foi um poeta, cronista, contista e tradutor. Aclamado como o maior e mais influente poeta brasileiro do século XX, a obra de Drummond traduz a visão de um individualista comprometido com a realidade social. As temáticas existenciais humanas, o nacionalismo crítico das suas obras e a estruturação dos seus poemas são destaques nas questões do Enem. 

Principais obras de Carlos Drummond de Andrade:

  • Poema “No meio do Caminho” (1928)
  • Poema “Verbo ser” (1983)
  • Conto “Aquele bêbado” (1991)

Guimarães Rosa

Guimarães Rosa é considerado um dos maiores autores brasileiros de todos os tempos. Médico, autor e escritor modernista, Guimarães Rosa tem como forte característica uma literatura marcada por uma linguagem inovadora e pelo retrato das dificuldades vividas no sertão brasileiro. O romance “Grandes Sertões: Veredas” é sua obra prima. Sendo um dos escritores mais emblemáticos do modernismo, é famoso pela criação de neologismos e pela construção sintática e melódica das frases.

Principais obras de Guimarães Rosa:

  • Grande Sertão: Veredas (1956)
  • Sagarana (1946)
  • Corpo de Baile (1956)

Questões de Enem com os autores

Questão 113 – Enem – 2010

Joaquim Maria Machado de Assis, cronista, contista, dramaturgo, jornalista, poeta, novelista, romancista, crítico e ensaísta, nasceu na cidade do Rio de Janeiro em 21 de junho de 1839. Filho de um operário mestiço de negro e português, Francisco José de Assis, e de D. Maria Leopoldina Machado de Assis, aquele que viria a tornar-se o maior escritor do país e um mestre da língua, perde a mãe muito cedo e é criado pela madrasta, Maria Inês, também mulata, que se dedica ao menino e o matricula na escola pública, única que frequentou o autodidata Machado de Assis.

(Disponível em: http://www.passeiweb.com. Acesso em: 1 maio 2009).

Considerando os seus conhecimentos sobre os gêneros textuais, o texto citado constitui-se de

a) fatos ficcionais, relacionados a outros de caráter realista, relativos à vida de um renomado escritor.
b) representações generalizadas acerca da vida de membros da sociedade por seus trabalhos e vida cotidiana.
c) explicações da vida de um renomado escritor, com estrutura argumentativa, destacando como tema seus principais feitos.
d) questões controversas e fatos diversos da vida de personalidade histórica, ressaltando sua intimidade familiar em detrimento de seus feitos públicos.
e) apresentação da vida de uma personalidade, organizada sobretudo pela ordem tipológica da narração, com um estilo marcado por linguagem objetiva.

Resposta: Letra E.

Enem 2012

Aquele bêbado

— Juro nunca mais beber — e fez o sinal da cruz com os indicadores. Acrescentou: — Álcool.

O mais ele achou que podia beber. Bebia paisagens, músicas de Tom Jobim, versos de Mário Quintana. Tomou um pileque de Segall. Nos fins de semana, embebedava-se de Índia Reclinada, de Celso Antônio.

— Curou-se 100% do vício — comentavam os amigos.

Só ele sabia que andava mais bêbado que um gambá. Morreu de etilismo abstrato, no meio de uma carraspana de pôr do sol no Leblon, e seu féretro ostentava inúmeras coroas de ex-alcoólatras anônimos.

ANDRADE, C. D. Contos plausíveis. Rio de Janeiro: Record, 1991.

causa mortis do personagem, expressa no último parágrafo, adquire um efeito irônico no texto porque, ao longo da narrativa, ocorre uma

a) metaforização do sentido literal do verbo “beber”.
b) aproximação exagerada da estética abstracionista.
c) apresentação gradativa da coloquialidade da linguagem.
d) exploração hiperbólica da expressão “inúmeras coroas”.
e) citação aleatória de nomes de diferentes artistas.

Resposta: Letra A.

Enem 2013

Tudo no mundo começou com um sim. Uma molécula disse sim a outra molécula e nasceu a vida. Mas antes da pré-história havia a pré-história da pré-história e havia o nunca e havia o sim. Sempre houve. Não sei o quê, mas sei que o universo jamais começou.

[…]

Enquanto eu tiver perguntas e não houver resposta continuarei a escrever. Como começar pelo início, se as coisas acontecem antes de acontecer? Se antes da pré-pré-história já havia os monstros apocalípticos? Se esta história não existe, passará a existir. Pensar é um ato. Sentir é um fato. Os dois juntos – sou eu que escrevo o que estou escrevendo. […] Felicidade? Nunca vi palavra mais doida, inventada pelas nordestinas que andam por aí aos montes.

Como eu irei dizer agora, esta história será o resultado de uma visão gradual – há dois anos e meio venho aos poucos descobrindo os porquês. É visão da iminência de. De quê? Quem sabe se mais tarde saberei. Como que estou escrevendo na hora mesma em que sou lido. Só não inicio pelo fim que justificaria o começo – como a morte parece dizer sobre a vida – porque preciso registrar os fatos antecedentes.

LISPECTOR, C. A hora da estrela. Rio de Janeiro:  Rocco, 1998 (fragmento).

A elaboração de uma voz narrativa peculiar acompanha a trajetória literária de Clarice Lispector, culminada com a obra A hora da estrela, de 1977, ano da morte da escritora. Nesse fragmento, nota-se essa peculiaridade porque o narrador

a) observa os acontecimentos que narra sob uma ótica distante, sendo indiferente aos fatos e às personagens.
b) relata a história sem ter tido a preocupação de investigar os motivos que levaram aos eventos que a compõem.
c) revela-se um sujeito que reflete sobre questões existenciais e sobre a construção do discurso.
d) admite a dificuldade de escrever uma história em razão da complexidade para escolher as palavras exatas.
e) propõe-se a discutir questões de natureza filosófica e metafísica, incomuns na narrativa de ficção.

Resposta: Letra C.