Escolas têm carga horária reduzida

Para Sindicato, 30 mil alunos matriculados na rede municipal serão prejudicados com mudança em Campina Grande.

Cerca de 60% das escolas municipais de Campina Grande, equivalente a 94 instituições de ensino, funcionaram ontem com redução de uma hora no tempo de aula, segundo informações do Sindicato dos Trabalhadores Públicos Municipais do Agreste da Borborema (Sintab).

Com a mudança, 30 mil alunos matriculados na rede municipal serão prejudicados. A Escola Municipal Félix Araújo, no Catolé, foi um dos locais que funcionaram com novo horário. “Nos turnos da manhã e tarde os alunos foram liberados mais cedo, é um direito que os professores têm de lutar pela questão salarial, mas os 290 estudantes serão prejudicados, ainda mais agora que está chegando ao final do ano”, disse a diretora Cláudia Barreto.

Já nas 26 creches, as atividades serão realizadas apenas de segunda a quinta-feira, criando transtornos para os pais que ficarão sem um local para deixar seus filhos durante a sexta-feira.

“Algumas creches vão fracionar este tempo, reduzindo a jornada de trabalho em uma hora por dia, já outras terão as cinco horas descontadas apenas na sexta. A decisão será tomada pelos professores de cada unidade”, explicou Mônica Cristina, vice-presidente do Sintab.

Na creche Isabele Barbosa da Silva, no bairro do Pedregal, os profissionais optaram por paralisar as atividades na sexta-feira.

“Entendemos que a reivindicação é justa, mas as 167 crianças ficarão sem assistência neste dia, o que não é apropriado para o momento”, comentou a diretora Ângela Maria de Araújo.

Segundo Mônica, a redução foi adotada pelos professores da rede municipal devido ao não cumprimento do piso nacional do magistério, que tinha sido regulamentado de forma proporcional no Plano de Cargos, Carreira e Vencimento (PCCV) pela prefeitura em julho.

O secretário de Educação do município, Flávio Romero, informou que a decisão fere a Lei de Diretrizes de Bases da Educação (LDD), que prevê 800 horas anuais, distribuídas em 200 dias letivos. “Já acionamos o Ministério Público, pois 30 mil crianças e adolescentes não podem ser prejudicadas devido a esta decisão”.

O promotor da Infância e Juventude, Herbert Targino, disse que os professores têm direito a lutar pela remuneração proporcional ao piso nacional, desde que não sacrifiquem o direito das crianças à educação.