Árbitra de futebol vira resistência contra o machismo

‘Ainda não são tão acostumados com a presença das mulheres’, diz auxiliar de arbitragem do futebol paraibano.

Estádio Almeidão, Campeonato Paraibano de 2023 — Foto: Matheus Aquino / ge

Cantadas, olhares tortos, provocações e concorrência desleal. Estas são algumas barreiras que Flávia Renally precisa vencer em seu dia a dia profissional. Ela é árbitra de futebol, atua hoje como auxiliar de arbitragem, e tenta exercer seu ofício da forma mais correta possível, mas sofre com o preconceito de quem acha que este é um trabalho predominantemente masculino.

A jovem de 24 anos exerce o ofício desde 2013, mas lamenta as agressões e as desconfianças à sua capacidade dentro de campo apenas pelo fato de ser mulher. Na verdade, ela diz que sofre preconceito até mesmo de seus colegas de profissão.

Os árbitros, em geral, são alvos constantes de críticas pesadas por parte das torcidas. Ninguém escapa. Mas a coisa fica mais grave quando uma mulher está em campo tomando decisões. Pois elas são sempre obrigadas a lidar frequentemente com os ataques.

Flávia admite que, apesar de tudo, tenta tirar algo positivo das avaliações que os torcedores fazem. Se errou, tenta acertar na próxima.

Mas diante de tanto sexismo, desabafa: “Não dá para ensinar respeito e educação para todo mundo. Os homens lhe veem como um “ser diferente” no meio deles. Ainda não são tão acostumados com a presença das mulheres. Eles acabam sempre sexualizando tudo”, lamentou.