Esporte de Patos tenta escapar da 3ª Divisão do Paraibano em 2022 e entra com ação no TJDF-PB

O time alega que os efeitos causados pela pandemia estão impossibilitando a participação no campeonato; FPF ainda não se posicionou sobre o caso.

(Foto: Raniery Soares)

Após desistir de disputar a 2ª Divisão do Campeonato Paraibano neste ano, o Esporte de Patos achou que conseguiria deixar a competição e voltar quando quisesse, sem que houvesse nenhuma punição para isso. Mas, com medo do rebaixamento à 3ª Divisão de 2022, o time sertanejo ingressou com uma ação no Tribunal de Justiça Desportiva de Futebol da Paraíba (TJDF-PB) para, mesmo sem jogar, permanecer na Segundona.

O questionamento sobre o futuro do Esporte no futebol paraibano foi feito por torcedores do clube em grupos de aplicativos de conversas, após a diretoria anunciar que o time desistiu de brigar pelo retorno à elite do futebol paraibano no próximo ano.

Na ação, a diretoria alega que os efeitos causados pela pandemia do novo coronavírus e outros problemas relacionados a finanças e a estrutura do Estádio José Cavalcanti, onde o time disputa seus jogos, fizeram com que se criasse um motivo de força maior e assim o clube desistisse da competição. A Federação Paraibana de Futebol (FPF) aguardará um parecer do TJDF-PB sobre a ação judicial, para se pronunciar em relação ao caso.

Sobre uma possível punição ao Esporte, por não disputar a 2ª divisão, é importante destacar que o Regulamento Específico da competição diz apenas, em seu parágrafo 4º do Artigo 8º, que “o clube que faltar a partida programada na tabela perderá por W x O, ou seja, 3 x 0 para efeito de contagem de saldo de gols, e será punido com a exclusão do campeonato, como também punição administrativa de 02 (dois) anos sem participar do Campeonato Paraibano da 2ª Divisão, exceto em caso fortuito ou força maior”.

Mas um item que pode apontar para uma possível punição ao Esporte de Patos está no Art. 62 do Regulamento Geral de Competições (RGC) da CBF, considerado a carta magna de todos os eventos esportivos de futebol profissional do Brasil. O trecho do documento diz que “se uma equipe abandonar, for excluída ou eliminada pela Justiça Desportiva de uma competição, ficará automaticamente suspensa durante 2 (dois) anos de qualquer outra competição coordenada pela CBF, em qualquer categoria ou divisão”. O texto segue: “Entende-se também como abandono a desistência da disputa de uma competição após a publicação definitiva da tabela e regulamento correspondente”.

Nesse caso do Esporte de Patos, a publicação da tabela definitiva ainda não foi feita, visto que ainda não há datas e horários confirmados.

O presidente do clube, Dário Leitão justificou que o único motivo para a desistência do Esporte de Patos foi relacionado às questões financeiras.

“O motivo da nossa desistência foi única e exclusivamente financeiro. Tive dificuldade em conseguir patrocinadores, o que conseguíamos com certa facilidade em anos anteriores. Iniciamos a montagem de um elenco qualificado, com atletas do estado e alguns de fora, mas o dinheiro não chegou. Tivemos o apoio do poder público de Patos, de alguns outros amigos, mas não chegamos ao que precisávamos. Então, com a experiência que eu e minha família temos à frente do Esporte, decidimos por não seguir com o projeto para 2021”, afirmou Dário.

Contudo, a presidente da Federação Paraibana de Futebol (FPF), Michelle Ramalho, disse que o fato de o Estádio Municipal José Cavalcanti não ter condições de receber público, por causa da reforma que está sendo feita na praça esportiva desde 2019, foi determinando para a desistência do Esporte. A afirmação foi feita durante uma reunião da Comissão de Prevenção e Combate à Violência nos Estádios realizada nesta quarta-feira.

“Foi uma série de motivos para o time sair do campeonato, mas o fato de não ter torcida no estádio por causa da reforma foi o que fez o Esporte desistir, pois seria a única equipe que jogaria sem torcida”, disse Michelle.