Botafogo vence por 4 a 1 no TJD; Treze vai tentar efeito suspensivo

Tribunal de Justiça Desportiva considerou que Treze forçou fim de partida contra Botafogo, mas os dois times foram punidos. Belo vai à final do Paraibano contra Campinense.

João Neto
Do Jornal da Paraíba

Se o Botafogo viu, dentro de campo, o sonho de ser Campeão Paraibano indo por água abaixo, após a derrota por 4 a 0 diante do Treze, em Campina Grande, no tapetão a conversa foi diferente. Isso porque o Tribunal de Justiça Desportiva da Paraíba, em sessão realizada na noite da terça-feira (31), decidiu por quatro votos a um julgar o mérito a favor do time da Maravilha do Contorno, garantindo o Belo na final da segunda fase para enfrentar o Campinense. O Treze promete recorrer.

A denúncia botafoguense, acatada pela Procuradoria da Justiça Desportiva, foi baseada no artigo 205 do Código Brasileiro de Justiça Desportiva, que sinaliza para a perda dos pontos no caso de uma equipe forçar o fim de uma partida por número insuficiente de atletas. Na visão do TJD-PB, foi o que aconteceu no estádio Amigão, naquela noite do dia 8 de maio, quando Doda e Ferreira alegaram contusões e deixaram os donos da casa com apenas seis jogadores – o goleiro Carlos, e os atacantes Cléo e Vavá haviam sido expulsos – aos 42 minutos do segundo tempo.

O sentimento de alegria da torcida alvinegra, logo após a divulgação do resultado, contrastou com a ansiedade vivida durante o pronunciamento de cada um dos auditores. A sensação de angústia se tornou ainda mais visível com o voto do relator do caso, Paulo Freire, que discordou da procuradoria(defendeu a tese de que apenas as imagens não eram suficientes) e decidiu pela não punição ao Treze.

As esperanças do Galo, no entanto, pararam por aí. Mais precisamentos nos votos de José Martins, Valberto Alves, Isaias Olegário e do presidente do colegiado, Acrísio Alves.

A postura da procuradoria, representada pelo advogado Tiago Sobral Pereira Filho, pode ser considerada como de grande importância no triunfo botafoguense. Cobrando uma atitude moralista dos seus colegas, ele chegou a dizer que aquela decisão poderia entrar para a história como a responsável por mudar os rumos do futebol paraibano. Outro fator de ‘peso’ foi a invalidação dos atestados médicos concedidos pelo Treze, que não constavam data, prazo do tratamento e a Classificação Internacional das Doenças (CID) – apenas o relator julgou válido o documento.

Além do mérito do caso, foi decidido também as punições dos outros denunciados. O árbitro principal, Jefferson Rafael, apesar de bastante contestado, foi absolvido por unanimidade. Pelo lado do Botafogo, os goleiros Genivaldo e Davi e o zagueiro Henrique pegaram seis jogos de gancho.

Já o dirigente Breno Morais e o preparador de goleiros Luciano Mancha terão que cumprir duas partidas de suspensão. No Treze, enquanto o atacante Vavá(eleito como o pivô da confusão) recebeu pena de oito jogos de suspensão, Carlos e Cléo cumprirão cinco partidas. O treinador do Botafogo, Maurício Cabedelo, acusado de agredir o árbitro central, recebeu a maior punição: terá de cumprir 180 dias de suspensão.

Treze vai ao STJD

Mas se engana quem pensa que essa ‘novela’ judicial chegou ao fim. E os próximos capítulos já começam a se desenhar nessa semana, quando o Treze tentará um efeito suspensivo no pleno do TJD,-PB para impedir o reinício da competição e, obviamente, recorrerá ao Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD).