Campinense, Treze e Botafogo-PB: relembre as campanhas do Trio de Ferro em finais de Série D

Raposa está na final da 4ª divisão contra a Aparecidense. Antes, o Belo foi finalista em 2013 e o Galo em 2018, mas apenas os botafoguenses conquistaram o título da competição.

Time do Campinense comemorando a classificação em Sobral | Foto: Samy Oliveira / Campinense

Sábado é dia de decisão no futebol paraibano! O Campinense receberá logo mais às 16h a Aparecidense, na primeira partida da grande final da Série D do Campeonato Brasileiro. A Raposa luta pela sua primeira conquista nacional de sua história, e, quando a bola rolar, será a terceira vez em que uma equipe da Paraíba chegará até a decisão do certame nacional, uma vez que Botafogo-PB, em 2013, e o Treze, em 2018, já haviam alcançado o feito. 

Com a partida deste sábado, o futebol paraibano terá chegado a seis finais de expressão no futebol nacional nos últimos oito anos, sendo três de Série D e três de Copa do Nordeste — o número pode ficar ainda maior uma vez que o Botafogo-PB ainda possui chances de chegar à final da Série C desta temporada. Metade destas foram protagonizadas pelo Rubro-Negro, que chegou, antes da final de hoje, a duas finais de Nordestão, conquistando o título em 2013, na final contra o ASA de Arapiraca. 

Nas próximas linhas convidamos você leitor a fazer uma viagem no tempo e rememorar as últimas finais de 4ª divisão das quais participaram os clubes paraibanos.

2013 – Botafogo-PB (campeão)

Botafogo-PB Série D
(Foto: Silas Batista / ge)

O ano de 2013 foi mágico para o futebol da Paraíba. No interior, a torcida do Campinense comemorava o título da Copa do Nordeste conquistado diante do ASA de Arapiraca. Já no litoral, a torcida do Botafogo-PB ostentava o mérito de ser a única equipe do estado a deter um título nacional homologado pela CBF. A conquista da Série D logo em sua temporada de estreia na competição veio para coroar um ano mágico para o time comandado à época por Marcelo Vilar, que no primeiro semestre havia conquistado, após um jejum de 10 temporadas, o título paraibano. 

O Belo chegou à decisão após ser o primeiro colocado do Grupo A4, que contava, além de com o Alvinegro, com Sergipe, Vitória da Conquista, Juazeirense e CSA. Um fato curioso é que os alagoanos, que recentemente estiveram na 1ª divisão e hoje lutam pelo G-4 da Série B, à época foram os lanternas da chave, com apenas quatro pontos conquistados.

Até a final contra o Juventude do técnico Lisca, o Botafogo-PB deixou pelo caminho Central de Caruaru, Tiradentes e Salgueiro. Na decisão, duas partidas truncadas e com uma vitória para cada lado. No primeiro confronto, no Alberto Jaconi, o Papo bateu os paraibanos por 2 a 1 e levaram uma vantagem mínima para o confronto de volta, uma semana depois, no Estádio Almeidão, em João Pessoa. 

Em solo paraibano, os mais de 19 mil torcedores botafoguenses incendiaram o seu time de coração acreditando na reversão do resultado. E não deu outra. Com gols do zagueiro uruguaio Mário Larramendi e do atacante Rafael Aidar, o Botafogo-PB levantou a taça e ascendeu à Terceirona após sete temporadas de ausência. 

2018 – Treze (vice-campeão)

Treze Final Série D
(Foto: Xandy Rodrigues)

Cinco anos se passaram desde a conquista do Belo e, até aquele momento, nenhum outro paraibano havia sequer chegado perto da final da 4ª divisão. Após uma queda melancólica ainda nas semifinais da edição daquele ano do Campeonato Paraibano, o Treze via na Série D de 2018 o último cartucho a ser queimado para ter calendário no segundo semestre do ano seguinte. Regidos pelo técnico Flávio Araújo, que chegara ao clube ainda em meio às disputas do estadual, a equipe cresceu de produção, passeou na primeira fase e conquistou o primeiro lugar do Grupo A9, que contava ainda com Itabaiana-SE, Vitória da Conquista e Santa Rita-AL, de forma invicta. 

  Com um formato diferente do visto nas edições anteriores da competição, após o término da fase de grupos, o Galo da Borborema classificou-se para encarar o URT-MG em partidas de ida e volta. Nos pênaltis, em um lotado Estádio Presidente Vargas, a equipe de Campina Grande classificou-se para as oitavas de final, onde encarou o qualificado Iporá-GO. Com uma vitória por 3 a 2 no placar agregado, o Treze voltava, após sete temporadas, a figurar em um mata-mata do acesso à Série C, tendo o tradicional Caxias como adversário.

Caxias Treze
(Foto: Divulgação / Caxias)

Após uma vitória por 1 a 0 no Estádio Almeidão, em João Pessoa — partida em que o Galo perdeu mando de campo em decorrência da invasão dos torcedores após a classificação contra o URT —, o acesso foi definido em pleno Estádio Centenário, em Caxias do Sul, onde o Treze bateu a equipe da casa por 3 a 1 e, em um dos seus mais importantes jogos da história, retornou à 3ª divisão e, após eliminar, nos pênaltis, o Imperatriz-MA em um Amigão lotado, foi à sua primeira final da Série D para encarar o Ferroviário-CE. 

O bom futebol apresentado pelo Alvinegro do São José no decorrer de toda a competição não se repetiu na primeira partida contra o Tubarão. A derrota por 3 a 0 no Castelão praticamente definiu o título brasileiro, uma vez que, mesmo com a vitória por 1 a 0 no jogo de volta, os cearenses ergueram a taça em pleno Estádio Amigão, onde já haviam conquistado o acesso na mesma edição do torneio, eliminando o arquirrival do Galo, o Campinense. 

2021 – Campinense (a definir)

Campinense
Foto: Samy Oliveira / Campinense

A temporada 2021 foi de quebra de tabus para a Raposa, que no primeiro semestre conquistou, após cinco anos, o Campeonato Paraibano. Sob a batuta de Ranielle Ribeiro, que chegou ao clube após um amargo início de temporada, o Campinense se reestruturou, ajustou as falhas e se tornou uma equipe sólida e eficiente dentro das suas possibilidades. 

 A caminhada rumo à final não foi fácil desde o início, com a equipe caindo no Grupo 3, intitulado de “Grupo da Morte” por figurarem nele equipes de grande tradição, como o próprio Campinense, o ABC e o América de Natal, além de Treze, Sousa, Atlético Cearense e Caucaia. A alcunha de grupo mais “cascudo” veio a se confirmar no mata-mata da competição, onde três das quatro equipes que conquistaram o acesso vieram dessa chave.

A regularidade defensiva foi, certamente, o ponto-chave do Rubro-Negro rumo ao acesso. Com uma das melhores defesas do campeonato e com um inspirado Mauro Iguatu no gol, a equipe soube administrar, mesmo nos momentos de inconstância, os resultados que acabaram por determinar o tão sonhado retorno à 3ª divisão após uma década de tentativas. 

Atlético-CE x Campinense, Matheus Régis, Vitinho, Serginho Paulista, Série D semifinal ida,
(Foto: Samy Oliveira / Campinense)

Sergipe, Guarany de Sobral, América de Natal e Atlético Cearense. Essas foram as equipes que a Raposa deixou pelo caminho até chegar à grande finalíssima da Série D que começa a ser decidida neste sábado, às 16h, no Estádio Amigão, em Campina Grande. O adversário da vez será a Aparecidense, que, após uma ótima fase classificatória, deixou para trás Caldense, Cianorte, Uberlândia e, por último, ABC de Natal.

Se daqui a poucos dias a taça de campeão brasileiro estará na vasta galeria de troféus da Raposa, isso ninguém sabe. No entanto, o que se sabe é que o torcedor rubro-negro já respira os ares da final e promete comparecer em massa às arquibancadas do Estádio Amigão, neste sábado, uma vez que o decreto estadual vigente permite que até 10 mil pessoas se façam presentes em eventos esportivos realizados na Paraíba.