É bronze

Mayra Aguiar bate a holandesa Marhinde Verkerk por ippon, e ganha a terceira medalha do judô brasileiro nas Olimpíadas de Londres.

Foi com dor física e na alma. A recompensa, um bronze e um sorriso com brilho dourado. Na véspera de completar 21 anos, Mayra Aguiar ganhou seu presente por antecipação. Quase um repeteco da façanha de Felipe Kitadai, bronze no dia do aniversário.

A gaúcha bateu a holandesa Marhinde Verkerk por ippon e faturou a terceira medalha do judô brasileiro nas Olimpíadas de Londres. Tudo isso após uma angustiante e incontestável derrota. Para a maior rival, a americana Kayla Harrison. Do choro contido ao sorriso.

Do sorriso ao pódio. Número 1 do mundo na categoria meio-pesado e favorita ao título olímpico, Mayra perdeu para Kayla na semifinal e viu o sonho do ouro ir embora. Levantou-se com o braço esquerdo machucado. Quase desistiu. Mas não havia tempo para lamentações. Precisava voltar ao tatame e tentar o bronze.

“Saí daquela luta contra a americana com agonia, com muita, mas muita vontade de chorar, uma coisa ruim dentro de mim. E ela ainda tinha estalado meu braço. Aí veio Aurélio Miguel falando ‘É outra competição. Não vai sair daqui sem nada’. Depois o Leandro Guilheiro falou: ‘Levanta a cabeça, vamos levar essa medalha”.

Mas o braço latejava, e a única chance de minimizar a dor era sendo rápida. Teria de calar uma torcida barulhenta gritando “Holanda”. Com 3m36s restando, conseguiu um ko-soto-gari que derrubou a holandesa e lhe valeu o ippon da vitória.
(Do Globoesporte.com)