Campinense, Botafogo-PB e Sousa evoluíram na temporada, só o Treze definhou

Treze teve um início de temporada interessante, mas caiu de rendimento e vem mal no Paraibano

Por Pedro Alves

O Campeonato Paraibano vai chegando na reta final e seis times seguem na luta pelo título. O líder Sousa e o vice-líder Botafogo-PB agora aguardam os confrontos da repescagem para saberem quem enfrentam nas semifinais. Dinossauro, Belo, Treze e Campinense despontam como favoritos para a taça. São Paulo Crystal e Atlético de Cajazeiras surgem como responsáveis pela sobrevivência da possibilidade da zebra no estadual deste ano. 

O Trovão passou de fase porque algum time fraco do torneio teria que passar. De oito times, seis passaram de fase. Mel na chupeta para muita gente. O Atlético de Cajazeiras encara o Campinense, em Campina Grande, na sexta-feira, pela repescagem do torneio. O São Paulo Crystal começou a competição, mas estagnou. Não conseguiu evoluir. O Tricolor encara o Treze, na quinta-feira, também no Amigão. 

Esse jogo está aberto. Há margem para uma tragédia alvinegra, apesar do favoritismo trezeano. Enquanto Campinense, Botafogo-PB e Sousa conseguiram evoluir em alguma medida, do começo do ano para cá – falarei deles depois -, o Treze é o único deste quarteto que só piorou. Definhou. Provavelmente por isso, nessa segunda-feira, Marcelinho Paraíba foi demitido do cargo de treinador da equipe.

Campinense, Botafogo-PB e Sousa evoluíram na temporada, só o Treze definhou
Jefferson Cariri / Treze

O Treze soube jogar de maneira reativa no início da temporada, quando encontrou adversários mais qualificados do que os de agora, do estadual. Em jogos grandes se mostrou realmente competitivo. Foi assim com o Fortaleza e com o América-MG, por exemplo. Marcando bem, fechando espaços e, em alguns jogos, criando chances nas transições rápidas. João Leonardo despontou como destaque. Birungueta também.

Parecia que seria um time promissor para o restante da temporada. Não foi o que foi visto no fraco Campeonato Paraibano de 2021. Depois da goleada sobre o Atlético de Cajazeiras na estreia, o Treze não soube mais jogar bem. Foi dominado no Clássico Tradição, em seguida, pelo Botafogo-PB. Fez outras partidas ruins e foi novamente inferior em clássico, dessa vez no Maiorais, para o Campinense. 

O time de Marcelinho Paraíba – e também do seu presidente, Walter Júnior – caiu de rendimento no aspecto defensivo, se tornou vulnerável e demonstrou grande dificuldade de tomar a iniciativa do jogo. Birungueta fez 5 gols no estadual, sendo 3 sobre o Atlético de Cajazeiras na primeira rodada, é o artilheiro até o momento do torneio, mas sumiu nos últimos jogos. 

João Leonardo quase não recebe bola para definir e ainda vacilou nas poucas chances claras que teve. É uma decepção até aqui do Paraibano. A defesa piorou muito. Nenhuma dupla de zaga funciona. O meio-campo não cria nada, e uma das poucas boas execuções de jogo saem dos pés de Júlio Ferrari ou Emerson. 

Na verdade, atualmente, o Treze é uma completa ineficiência. Para buscar o título terá que melhorar muito. E o primeiro teste não é simples. O São Paulo Crystal de Ramiro Souza pode aprontar, caso o Galo não consiga jogar com o mínimo de competitividade. 

Botafogo-PB

O Botafogo-PB começou o ano jogando muito mal. Tanto que Marcelo Vilar caiu ainda na Copa do Nordeste. Veio Gerson Gusmão, que fez o time melhorar e vem fazendo o que pode. Nas vezes que o Belo foi mal – péssimo, na realidade – no estadual teve muito mais a ver com uma certa arrogância e/ou preguiça em campo do que com suas opções de jogo.

Campinense, Botafogo-PB e Sousa evoluíram na temporada, só o Treze definhou
Foto: Guilherme Drovas / Botafogo-PB

Foi assim nos tropeços com Perilima e Nacional de Patos, dois empates que custaram a liderança da primeira fase. Jogos que se desenharam fácil, mas que o Belo claramente, em campo, na prática, não quis vencer. 

Tirando isso, o Botafogo-PB de Gusmão é bem competitivo para o Paraibano. Tem o melhor ataque, consegue criar chances, sabe se defender e é o único com ainda com a chance de levar o troféu de maneira invicta. No estadual, a falta de um centroavante não vem fazendo falta. Pode vir a fazer. Mas pode não vir. Numa Série C, certamente será percebida tal ausência como um grande problema. Mas estamos falando, por ora, de Paraibano. E no estadual, a chance é bem real de o Belo disputar a final, mesmo sem jogar um futebol vistoso e convincente.

Duas contratações em especial têm tudo para ser pontos importantes da intervenção da diretoria numa evolução. Amaral deve tomar conta da posição ali na frente da zaga e Luã Lúcio deve ser o atacante mais agudo, com mais recursos, do time. Isso pode ajudar demais na reta final do torneio. O time, no entanto, depende muito de Clayton, sempre muito marcado e que até o momento só decidiu uma partida, o clássico contra o Treze.

Campinense

O Campinense, para mim, tem um elenco até abaixo do do Treze, em termos técnicos. Mas depois de capengar no início da competição, tem melhorado nessa reta final de competição. Depois da chegada de Ranielle Ribeiro, mais precisamente falando.

Campinense, Botafogo-PB e Sousa evoluíram na temporada, só o Treze definhou
(Foto: Reprodução/Jornal da Paraíba)

O técnico chegou na terceira rodada do estadual, vai tirando leite de pedra e entregando o possível. Um futebol com muitos erros individuais, oriundos das limitações dos atletas, mas guerreiro, que também demonstra um mínimo de organização defensiva. A Raposa sabe fechar espaços rapidamente. E isso pode ser o trunfo para a equipe chegar mais longe, quem sabe, numa decisão. Sai da primeira fase vencendo o Treze e sem perder para o Botafogo-PB. 

Sousa

O grande time da primeira fase foi mesmo o Dinossauro do Sertão. O Sousa, como todos os times deste campeonato, até tem dificuldades para criar. Numa soma de limitação técnica e da dificuldade que muitas vezes o gramado de seu estádio, o Marizão, lhe impõe. 

Mas o sistema defensivo do Sousa não só funciona como tem uma regularidade impressionante. Em sete partidas disputadas até aqui, o Dino levou apenas um gol. A segunda melhor defesa, do Botafogo-PB, levou cinco vezes mais. Uma equipe altamente madura nesse aspecto, mesmo que com uma defesa formada por garotos.

Campinense, Botafogo-PB e Sousa evoluíram na temporada, só o Treze definhou
Foto: Cassiano Cavalcanti / Treze

O lateral-direito, Arisson, tem 25 anos, o lateral-esquerdo, Wesley, tem 23. O zagueiro, Roni Lobo, tem 21, enquanto que o outro zagueiro, Marcelo, tem 22. O “vovô” Ricardo, de 37 anos, fecha a defesa, com a camisa 1. É essa a primeira linha do Sousa, de longe a melhor até aqui na competição. 

Daniel Costa e Liniker, volantes do time, também vêm se destacando. O time começou perdendo na competição, para o Botafogo-PB, mas foi essa a única derrota. Na sequência, o Dinossauro evoluiu, mostrou toda essa turma para o mercado e tem chances boas de chegar ao tricampeonato. Não vai ser simples, claro.