Instabilidade

Cinco técnicos já perderam o emprego na Paraíba este ano. Estado lidera o ranking nacional de demissões.

A Paraíba é hoje o pior local para que técnicos de futebol trabalhem no Brasil. Ou pelo menos é o Estado onde os profissionais têm menos estabilidade. Isto porque, dos 23 treinadores de todo o país que atuavam na primeira divisão de seus campeonatos estaduais e que já perderam ou deixaram seus empregos em 2013, cinco trabalhavam em clubes que participam do Campeonato Paraibano.

Ao todo, já houve treinadores demitidos em 13 estados e os casos que mais chegam perto do paraibano são os de Ceará e Rio Grande do Norte, que já tiveram três treinadores deixando seus cargos.

O MAIS INSTÁVEL

Se cinco treinadores de quatro clubes paraibanos já perderam seus empregos, isto quer dizer que um único time já mudou duas vezes de técnico. E este recorde negativo é do Paraíba de Cajazeiras, que, no ano passado, estreava na elite do futebol estadual como uma das sensações daquela competição, mas que em 2013 parece ter desaprendido a fazer times competitivos.

A campanha do lanterna do Paraibano é de fato deprimente. São cinco derrotas e apenas dois empates. Tem o pior ataque com quatro gols marcados e já sofreu 14. O primeiro treinador, Edson Ferreira, durou três partidas e foi o primeiro a ser demitido no Estado. Ele perdeu na estreia para o Treze, por 2 a 0, empatou para o CSP, por 2 a 2, e perdeu o clássico para o arquirrival Atlético de Cajazeiras, por 1 a 0.

Veio em seguida Luiz Carlos Mendes, pupilo do ex-treinador Maurício Simões (morto em 2011). Mendes chegou ao Paraíba criticando duramente seu antecessor, a quem chamou de “incompetente”, falou mal também do próprio elenco, mas disse que daria um jeito no time cajazeirense. Mas foi derrotado por 1 a 0 para o Auto Esporte numa briga direta contra o rebaixamento, perdeu do Nacional por 2 a 1 e foi goleado pelo Botafogo por 5 a 0. Não resistiu após o empate em 1 a 1 contra o vice-lanterna Cruzeiro de Itaporanga, em mais uma briga direta contra o descenso.

“Ele disse que estava envergonhado com a situação, pois não conseguia ganhar. Ele foi sincero ao dizer que não estava conseguindo colocar seu formato no time”, explicou Silva Baiano, gerente de futebol do clube.

MAIS DEMISSÕES

Os outros três técnicos que perderam o emprego no Campeonato Paraibano foram Neto Maradona (Nacional de Patos), Denô Araújo (Auto Esporte) e Jorge Pinheiro (Atlético de Cajazeiras), este último, a maior surpresa, uma vez que o time fazia uma campanha positiva.

Ontem, no entanto, o ex-técnico do Trovão Azul foi anunciado como novo técnico do Paraíba de Cajazeiras.
(Do Globoesporte.com)