Quero voltar

Correndo na Fórmula Indy e ocupando a 17º posição no ranking geral de classificação, Barrichello não esconde o desejo de voltar para a Fórmula 1.

Rubens Barrichello está ansioso por 2013. Neste ano, estreou pela Fórmula Indy e a adaptação está mais lenta que a esperada.

Em 17º lugar na classificação geral, a expectativa do piloto é estar melhor adaptado para brigar pelo título no ano que vem.

Enquanto mantém o foco na Indy, o piloto acompanha a equilibrada temporada da Fórmula 1 e não esconde que as mudanças feitas pela FIA (Federação Internacional de Automobilismo) reacenderam seu desejo de voltar a competir pela modalidade onde correu por 19 anos.

“A Fórmula 1 está muito competitiva e gostosa de assistir.

Adoraria estar disputando neste mundo competitivo. Ano passado, a Williams tomava três segundos da liderança e agora está pertinho. O fã queria uma Fórmula 1 competitiva e ela está sendo agora”, contou Rubinho durante entrevista em Taubaté, no interior de São Paulo, onde ministrou palestra motivacional.

Os números comprovam o que o piloto diz. Em 2012, em 11 corridas, foram sete vencedores diferentes. Em 2011, Sebastian Vettel venceu 11 das 19 provas disputadas. Neste ano, Fernando Alonso é o líder da competição com apenas três vitórias.

“Minha vida tem que ser um livro aberto. Por mais que eu esteja focado na Indy, se houver um convite da Fórmula 1, penso nisso.

Tenho que pegar as ofertas, selecionar as três melhores e dali partir para uma decisão”, afirma o piloto com mais grandes prêmios disputados na história da F-1, com 326 circuitos.

ADAPTAÇÃO
Rubinho deixou a Fórmula 1 no fim do ano passado. Aceitou um convite para se juntar à KV Racing na Fórmula Indy e, neste início, a adaptação às pistas e às dinâmicas de prova têm sido seus principais desafios.

“Meus problemas têm sido com as pistas que são muito mais onduladas que as pistas da Europa. Não critiquei a pista, o problema é a parte de adaptação. Além disso, o carro é totalmente diferente de todos os 19 carros que eu guiei em toda minha vida de Fórmula 1”, comparou.

A motivação e a raça para querer continuar mesmo depois dos maus resultados, não são obstáculos para Rubinho. Segundo ele, a velocidade está em seu sangue.

“Quando estou no carro, é minha expressão de liberdade. Gosto do trabalho em grupo, da motivação que acontece na equipe. A Fórmula 1 acabou cedo para mim. Apesar de eu ter sido o piloto com mais provas, achei que correria por mais tempo. O pessoal tentou me enterrar, mas na verdade não era hora ainda”, avisou.

ALFINETADA
No final da coletiva de imprensa, Barrichello não ficou em cima do muro ao ser perguntado por um dos jornalistas se o maior piloto de todos os tempos é o tricampeão Ayrton Senna ou o heptacampeão Michael Schumacher:
“Ayrton Senna, não tenho dúvida sobre isso. Ou esperavam mesmo que eu fosse responder Schumacher?”, disse, alfinetando o alemão que foi seu companheiro de equipe na Ferrari durante cinco anos e com quem Rubinho se disse magoado ao deixar a F-1.

A palestra motivacional de Rubinho durou cerca de uma hora. O piloto usou seu exemplo de vida para motivar pessoas a não desistirem de seus sonhos. “A vida é simples, mas nós tornamos essa vida complicada. Pretendo mostrar que meus exemplos de vitória e derrota são aqueles que nós vivemos o tempo inteiro. Não é porque sou piloto que sou diferente do jornalista ou de outras profissões”. (Do Globoesporte.com)