Jovem morto em silo estava sem equipamentos de segurança

Laudo confirmou que além da ausência de equipamentos de segurança, o funcionário também não tinha treinamento específico. Empresa nega as informações.

O laudo pericial sobre a morte de um jovem em um silo de trigo, no Porto de Cabedelo, constatou que ele trabalhava sem equipamentos de segurança. O documento, ao qual a TV Cabo Branco teve acesso, também aponta que Everton Arthur dos Santos, de 22 anos, não tinha treinamento para exercer a função. O acidente aconteceu no mês de fevereiro.

O documento foi entregue à polícia na segunda-feira (2). Segundo a perícia, as investigações comprovaram que algumas condições comprometiam a segurança do trabalhador. Foram constatados problemas relacionados à capacitação da vítima .O laudo informa que a empresa responsável pelo silo não apresentou certificados de treinamento de trabalho em altura da equipe.

No caso do trabalho em espaço confinado, a empresa apresentou certificado de 8 horas em treinamento, mas o mínimo exigido, segundo a perícia, é de 16 horas. Também foi constatada a ausência de equipamentos de proteção individual. A vítima não estava usando cinto de segurança.

O Grande Moinho Tambaú, responsável pelo silo, informou à TV Cabo Branco que ainda não recebeu o resultado do laudo pericial sobre a morte de Everton. A empresa disse que prestou todos os esclarecimentos sobre o ocorrido aos órgãos competentes. Rebateu também a informação sobre falta de segurança, garantindo que Everton possuía treinamento para desempenho em espaço confinado, em altura, e usava equipamentos de proteção individual.

A reportagem do JORNAL DA PARAÍBA também entrou em contato com a empresa, mas ainda não obteve retorno.

Relembre

O acidente com Everton Arthur Santos aconteceu no dia 23 de fevereiro. Os bombeiros trabalharam mais de 30 horas para conseguir retirar o corpo. As informações iniciais davam conta que ele teria sido triturado, mas depois houve a confirmação de asfixia

Segundo os bombeiros, o silo não estava cheio, armazenava apenas 40% da sua capacidade, mas foi preciso retirar praticamente todo trigo para chegar até o corpo. Foram feitas duas aberturas no silo e o Corpo de Bombeiros ainda precisou derrubar uma parede que margeia a estrutura para facilitar o escoamento do trigo. Caminhões foram utilizados durante a madrugada para retirar e transportar o trigo que escoava do local.