Fuga em massa do PB1 completa três anos com 10 homens ainda foragidos

Em 10 de setembro de 2018, 20 homens fortemente armados atacaram o local e 92 homens fugiram.

Walter Paparazzo/G1
Fuga em massa do PB1 completa três anos com 10 homens ainda foragidos
Walter Paparazzo/G1

Uma madrugada de terror. Uma ação criminosa que foi considerada uma das mais ousadas da história paraibana. Armamento e grande quantidade de munição de usos exclusivos das Forças Armadas utilizados num ataque sem precedentes em João Pessoa. O ataque e a invasão ao PB1, o principal presídio de segurança máxima do estado, onde estão alguns dos mais perigosos criminosos presos na Paraíba, completa nesta sexta-feira (10) três anos.

Naquela madrugada de 10 de setembro de 2018, nada menos do que 92 presos conseguiram fugir. Desses, dez ainda não foram recapturados e são considerados foragidos da justiça até hoje.

Confira as fotos e os nomes de todos os presos ainda foragidos

Foi uma operação planejada ao longo de muito tempo. Que contou com 20 pessoas na ação direta de invação e ao menos mais dez no processo de planejamento. A missão principal era libertar Romário Gomes Silveira, o Romarinho, chefe de uma quadrilha especializada em assaltos a bancos e carros fortes que havia sido preso tempos atrás.

A cela dele, inclusive, foi a primeira a ser aberta. Ele logo recebeu um fuzil e passou a coordenar as ações. Outros homens do bando também foram libertados. E, para provocar uma espécie de caos que teria o objetivo de facilitar a fuga dos cabeças, várias outras celas foram abertas de forma indiscriminada, culminado em quase 100 pessoas que conseguiram fugir.

Os homens chegaram ao bairro de Jacarapé em vários carros, munidos de fuzis, metralhadoras automáticas de grosso calibre e alto poder de destruição. Em pouco tempo, ficou claro a diferença de armamento entre bandidos de um lado e policiais e agentes penitenciários do outro. Esses últimos se esconderam e a fuga em grande escala foi realizada.

Foi cena de filme. Gritos de “à liberdade”, feitos por bandidos para estimular a fuga, foram dados. Muitos aderiram. E casas nas proximidades chegaram a ser invadidas pelos fugitivos para roubarem roupas e outros itens que pudessem facilitar a fuga.

Nos dias seguintes, todo o efetivo policial da Regional Metropolitana de João Pessoa foi mobilizado. E, em pouco tempo,72 dos 92 fugitivos foram recapturados. Romarinho, no entanto, o principal deles, conseguiu fugir. E só seria novamente preso nove meses depois em Fortaleza, capital do Ceará.

]Bem antes disso, no entanto, também foram presos cinco homens e cinco mulheres num flat localizado em Manaíra, bairro de João Pessoa, com armas e munições. Eles foram apontados como parte da equipe que planejou a operação criminosa.

A prisão mais recente daquela fuga aconteceu em julho deste ano, na cidade de Bayeux, quando um traficante de drogas conhecido por Dom foi preso em Bayeux pela Delegacia de Repressão a Entorpecentes de João Pessoa.

Mas, infelizmente, aquela não foi a última fuga registrada no PB1. Em novembro de 2020, Eduardo dos Santos Pereira, condenado a 108 anos de prisão por ser o mentor da “Barbárie de Queimadas”, um estupro coletivo que terminou com a morte de duas mulheres, deixou o local pela porta lateral que dá acesso ao almoxarifado. Ele continua foragido.