MP inicia ação para acabar com ‘gasolina clandestina’

Somente nos municípios do interior paraibano são 480 postos e mais de 600 autorizados a vender o gás de cozinha.

O Ministério Público (MP) abriu um inquérito para apurar as denúncias de venda clandestina de gás de cozinha e de gasolina em Campina Grande. O órgão está iniciando um levantamento integrado com todas as promotorias criminais e do consumidor do Estado, para deflagrar uma ação de combate à prática na Paraíba. Um dos objetivos é também investigar o envolvimento de proprietários de estabelecimentos legalizados com o ‘esquema’. Somente nos municípios do interior paraibano são 480 postos e mais de 600 autorizados a vender o gás de cozinha.

Nesta segunda-feira (19), o MP solicitou os quatro litros de gasolina comprados em pontos clandestinos do distrito de Galante, para enviar o material para laboratórios da Agência Nacional de Petróleo (ANP). De acordo com o coordenador do Ministério Público em Campina Grande e do Centro de Apoio Operacional (Caop), Bertran Asfora, os postos de combustíveis e vendedores de gás de cozinha autorizados podem estar repassando irregularmente o produto para os clandestinos.

“Há um desvirtuamento do processo. E nós vamos investigar através de uma ação integrada, que estamos estudando e preparando para que possamos evitar esse tipo de prática. A comercialização irregular dos combustíveis é um crime contra o consumidor, contra a ordem econômica e uma ameaça à sociedade, já que põe em risco toda a população”, relatou Bertran Asfora.

No distrito de Galante, que possui mais de 10 mil habitantes, litros de gasolina estavam sendo vendidos dentro de uma lan house ao preço de R$ 2,80, dividindo o espaço com videogames e aparelhos de televisão. Em um outro local, o combustível também estava sendo comercializado em uma oficina mecânica.

Na tarde do último sábado, policiais civis e militares fizeram buscas nos dois locais, mas o produto já havia sido retirado. Os donos dos dois estabelecimentos foram intimados para comparecer na Central de Polícia de Campina Grande, para prestar depoimento.

Já em Campina Grande, estimativas do Sindicato dos Revendedores de Combustíveis e Derivados do interior da Paraíba (Sindirev) apontam que 18 mil botijões de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP) são vendidos de forma clandestina em Campina Grande, causando um prejuízo superior a R$ 7 milhões por ano.
"Nós apoiamos a ação do Ministério Público e queremos colaborar de todas as formas para identificar os pontos irregulares de revenda e também como esses produtos chegam às mãos dessas pessoas”, ressaltou o presidente do Sindirev, Bruno Agra.