Morre bebê de mãe que denunciou o Isea por possível negligência médica

Caso é investigado pelo Ministério Público da Paraíba; Isea informa que só pode se pronunciar sobre o caso após resultado de sindicância.

Morre bebê de mãe que pode ter sido vítima de negligência médica no Isea (Foto: Leonardo Silva)
Morre bebê de mãe que denunciou o Isea por possível negligência médica
Morre bebê de mãe que pode ter sido vítima de negligência médica no Isea (Foto: Leonardo Silva)

Morreu na manhã deste sábado (16), o bebê de uma mãe que denunciou o Instituto de Saúde Elpídio de Almeida (Isea) por negligência médica. Ele estava internado na unidade hospitalar desde o dia quatro de fevereiro, quando nasceu. Segundo a denúncia, uma adolescente de 17 anos, que estava grávida de gêmeos, em provável trabalho de parto, procurou a unidade para atendimento duas vezes, mas o médico teria a orientado a voltar para casa, alegando que os bebês demorariam para nascer.

Quando chegou em casa, as contrações que ela sentia aumentaram e o pai das crianças foi quem começou a realizar o parto. “Primeiro nasceu a menina, mas o menino estava na posição transversal e só saiu o bracinho. Eu estava só com ela em casa e entrei em desespero. Saí ligando para pedir ajuda e retornamos para o Isea, onde foi feita uma cesariana. Mas ele teve uma parada respiratória e precisou ser levado para a UTI, onde ainda está internado”, disse o pai das crianças, Felipe Agra, de 26 anos.

A família acredita que se tivesse sido atendida e não orientada a voltar para casa, o bebê estaria vivo. “A gravidez dela foi totalmente normal. As crianças eram saudáveis. O exame mostrava que ele (o bebê) estava na transversal e ela já estava em trabalho de parto. Foi questão de horas para ele nascer”, desabafou a avó das crianças, Gilvanete Souza Agra.

Denúncia

A denúncia registrada no MPPB, foi realizada na quarta-feira (6). Mas a primeira vez que a jovem procurou o Isea, sentido dores, foi no domingo (3), onde, segundo o companheiro dela, o médico plantonista avisou que ela poderia voltar para casa, que os bebês não estavam perto de nascer. “Nós estamos apurando o caso e pedimos que a maternidade instaurasse uma sindicância, não só do médico em questão, mas de eventuais outros profissionais”, disse a promotora de justiça da Saúde em Campina Grande, Adriana Amorim.

Após a morte da criança, a Comissão dos Direitos da Saúde da OAB pretende solicitar a documentação que detalha todo atendimento médico realizado no Isea. Somente após a análise do material, o órgão e a família saberão qual procedimento adotar para levar o caso adiante.

Isea

A direção geral do Isea afirmou que abriu um processo de sindicância e vai apurar o caso. Só depois que existir um parecer, que poderá se pronunciar sobre o caso. A unidade informou ainda que o médico denunciado, Adão Tiburtino Neto, está de licença médica, porque passou por uma cirurgia.