Bancários anunciam greve por tempo indeterminado a partir do dia 29

Depois de 30 dias de negociações, a Fenaban rejeitou nesta quinta-feira, a proposta dos bancos. A deflagração da greve nacional começará dia 29, e será por tempo indeterminado.

Da Redação

Depois de exatos 30 dias de negociações, a Fenaban rejeitou nesta quinta-feira, (22), a pauta de reivindicações da Campanha Nacional dos Bancários 2010, como o reajuste de 11%. Os bancos apresentaram apenas a proposta de reposição da inflação dos últimos 12 meses, que é de 4,29% segundo o INPC. O Comando Nacional considera essa postura dos bancos um desrespeito aos bancários e orienta os sindicatos a reforçarem a convocação das assembleias do 28, para a deflagração da greve nacional por tempo indeterminado a partir do dia 29 de setembro.

"Os banqueiros não querem negociar. E, o que é ainda pior, estão provocando os trabalhadores bancários, ao querer repor apenas a inflação anual, quando o lucro dos bancos cresceu em média 32% no primeiro semestre", criticou Marcos Henriques, presidente do Sindicato dos Bancários da Paraíba. E arrematou: "Dessa forma, não resta outra alternativa aos bancários senão deflagrar grande greve por tempo indeterminado a partir do dia 29!"

Assembleia com os bancários da base do Sindicato dos Bancários da Paraíba vai acontecer na próxima terça-feira, (28), às 19h, no ginásio de esportes da Entidade.

Os representantes dos bancos disseram na negociação desta quarta-feira que "o reajuste salarial de 11% é exageradamente alto".

O Comando Nacional reafirmou as reivindicações da categoria e deixou claro que, além dos avanços econômicos (como aumento real de salário, melhoria na PLR e valorização dos pisos), os bancários exigem melhores condições de trabalho e preservação da saúde, principalmente o fim das metas abusivas e do assédio moral, além de medidas que preservem o emprego.

O Comando Nacional encaminhará documento à Fenaban reafirmando a pauta de reivindicações da categoria e dando prazo até a segunda-feira, (27), para apresentação de nova proposta que possa ser apreciada nas assembleias do dia 28.

O que os bancários reivindicam

As principais demandas dos bancários são:

● 11% de reajuste salarial.

● Piso salarial de R$ 1.510 para portaria, R$ 2.157 para escriturário (salário mínimo do DIEESE), R$ 2.913 para caixas, R$ 3.641 para primeiro comissionado e R$ 4.855 para primeiro gerente.

● PLR de três salários mais R$ 4 mil fixos.

● Aumento para um salário mínimo (R$ 510) dos valores do auxílio refeição, cesta alimentação, 13ª cesta alimentação e auxílio creche/babá.

● Previdência complementar em todos os bancos.

● Proteção à saúde do trabalhador, que inclua o combate às metas abusivas, ao assédio moral e à falta de segurança.

● Medidas para proteger o emprego, como garantias contra demissões imotivadas e fim das terceirizações.

● Mais contratações para amenizar a sobrecarga de trabalho, acabar com as filas e melhorar o atendimento ao público.

● Planos de carreira, cargos e salários (PCCS) em todos os bancos.

Negociações com o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal

O Comando Nacional volta a se reunir separadamente nesta quinta-feira, (23), com as direções do Banco do Brasil e da Caixa, em São Paulo, para discutir as pautas de reivindicações específicas dos dois bancos públicos federais.