Inspeções constatam falta de cirurgiões cardíacos e superlotação

Estes foram os principais problemas encontrados no Hospital Universitário Lauro Wanderley e Instituto Cândida Vargas, em João Pessoa, nesta quinta-feira (12).

Inaê Teles
Com Patrícia Rocha e Gabriela Luna da TV Cabo Branco

A ausência de cirurgiões cardíacos e a superlotação foram os principais problemas encontrados, respectivamente, no Hospital Universitário Lauro Wanderley (da UFPB) e no Instituto Cândida Vargas. As unidades, ambas em João Pessoa, foram vistoriadas na manhã desta quinta-feira (12).

As inspeções foram feitas por representantes do Ministério Público da Paraíba, Ministério Público Federal, Conselho Regional de Medicina, Nutrição, Farmácia, Fisioterapia, Serviço Social e Corpo de Bombeiros.

No HU, a Unidade de Terapia Intensiva Cardíaca está lacrada e repleta de aparelhagem, mas não funciona pela falta de profissionais. Em 2010 foram realizadas 189 cirurgias deste tipo no local.

No setor de Radiologia, as equipes contabilizaram apenas três médicos trabalhando, quando o ideal seriam seis. Por falta de manutenção, alguns equipamentos estavam há dois anos sem funcionar. Os pacientes do HU também reclamaram da demora no atendimento. Eles revelaram que chegavam pela manhã no hospital, mas só eram atendidos no período da tarde.

O problema mais grave encontrado no HU, de acordo com as equipes que realizaram a inspeção, foi a ausência de cirurgiões cardíacos. Desde o início do ano as cirurgias estão suspensas, porque faltam médicos. O problema seria em decorrência do fim de um convênio entre o hospital e a Secretaria de Saúde do Estado, que liberava recursos para o pagamento desses profissionais.

O procurador da República, Dulciran Farena, disse que em 2010 foi implantado um método paliativo para que as cirurgias cardíacas em crianças fossem realizadas na Capital, mas que este ano não foi possível fazer um novo acordo.

Instituto Cândida Vargas

Após a denúncia da médica Yara Maia, que revelou o desabamento do teto da enfermaria na terça-feira (10), e outras irregularidades no Instituto Cândida Vargas, em Jaguaribe, vários vereadores resolveram visitar a maternidade nesta quinta-feira. A imprensa não pode acompanhar a visita dos políticos.

Os vereadores revelaram que o grande problema encontrado na maternidade foi a superlotação. Que foi a mesma irregularidade constatada no Hospital de Emergência e Trauma, em João Pessoa. Entre os vereadores da oposição que participaram da visita estavam Fernando Milanez (PMDB), Eliza Virgínia (PSDB) e Tavinho Santos (PTB). Já os vereadores da situação que acompanharam foram Bruno Farias (PPS) e Raoni Mendes (PDT).