Servidores da Embrapa param e reivindicam reajuste salarial

Decisão de greve foi tomada em assembleia realizada na última quinta-feira (21); funcionários nova reunião para reavaliar situação.

Desde ontem os servidores da Embrapa em todo o Brasil paralisaram suas atividades reivindicando melhorias nas condições de trabalho, manutenção do acordo coletivo da categoria junto à direção da empresa, além de um reajuste salarial acima da reposição da inflação. A decisão de deflagrar uma greve foi tomada em assembleia realizada na última quinta-feira e os pesquisadores, laboratoristas, assistentes e analistas das 46 unidades da empresa esperam uma reunião até a próxima sexta-feira para reavaliar a situação.

Em Campina Grande, na Embrapa Algodão, estão parados cerca de 160 funcionários, sendo 120 lotados na seda da empresa e os demais distribuídos em cidades como Monteiro, Cariri e Patos, no Sertão da Paraíba, além da cidade de Barbalha, no Ceará, e Goiânia, em Goiás. Segundo o presidente do Sindicato Nacional de Pesquisa e Desenvolvimento da Agropecuária (SINDAF), Afonso Cardoso de Andrade, a pauta de reivindicação proposta não se restringe apenas à reposição salarial pela inflação, sendo somada a um reajuste de 5%.

“A nossa proposta em relação ao salário é essa, mas também estamos pleiteando o aumento da campanha contra a utilização de agrotóxicos, isonomia salarial entre funcionários novos e antigos e a manutenção do transporte para pegar os trabalhadores. Algumas dessas reivindicações fazem parte do nosso acordo coletivo, que a direção da empresa está tentando retirar”, destacou o presidente, que afirmou que 80% dos trabalhadores aderiram ao movimento.

Com salário inicial de R$ 1.211, a reivindicação dos grevistas é que essa quantia seja somada ao percentual da inflação, que é de 5,1%, ainda mais um reajuste de 5%. Contudo, o Afonso Cardoso destacou que esse é a proposta da categoria, que está disposta a negociar com a direção da empresa. “Nós estamos dispostos a negociar. Só que é preciso dizer que a direção nacional da Embrapa tem se recusado a receber os trabalhadores, o que tem sido prejudicial.

De acordo com o presidente da Embrapa Algodão, Napoleão Beltrão, as categorias que estão buscando melhorias precisam entender que o momento é de crise no mundo inteiro, e que esse não é o melhor momento para pleitear tais pontos. “Os servidores precisam entender que a taxa do crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) está próxima de zero. É preciso pensar de forma coletiva, já que o todo o mundo passa por dificuldades”, destacou o presidente Napoleão.