Desnutrição está ligada à baixa renda das famílias

Paraíba possui a sexta maior quantidade de pessoas, no Nordeste, que sobrevivem com pouco mais de meio salário mínimo.

Segundo a secretária de Desenvolvimento Humano, a desnutrição infantil também está associada à baixa renda das famílias. A Paraíba possui a sexta maior quantidade de pessoas, no Nordeste, que sobrevivem com pouco mais de meio salário mínimo.

São 473 mil domicílios mantidos com uma renda que não ultrapassa os R$ 322,00, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2011 (Pnad), realizada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Como os pesquisadores calculam que cada domicílio paraibano é habitado, em média, por 3,5 pessoas, os números indicam que cerca de 1,655 milhão de paraibanos vivam com menos de R$ 311,00 por mês, ou seja, R$ 9,33 por dia.

O total de domicílios da Paraíba que vivem com pouco mais de meio mínimo é maior ao encontrado no Rio Grande do Norte (361 mil), Alagoas (358 mil) e Sergipe (225 mil). Já os Estados da Bahia (1,649 milhão), Ceará (1,037 milhão), Maranhão (864 mil), Pernambuco (855 mil) e Piauí (518 mil) apresentaram dados superiores que os da Paraíba.

Enquanto uma parcela da população paraibana sobrevive com pouco mais de R$ 300 por mês, há outro grupo que se encontra em situação ainda pior. De acordo com o Censo Demográfico de 2010, o Estado possui 567.957 habitantes em situação de extrema pobreza, com uma remuneração que não passa dos R$ 70,00 mensais.

Essas pessoas são inseridas no cadastro social do Bolsa Família e recebem um auxílio financeiro mensal para ser usado na alimentação. Na Paraíba, são 494.315 famílias beneficiadas.

Deste total, 58.449 estão em João Pessoa, outras 31.061 vivem em Campina Grande; 14.705 são inscritas em Santa Rita e 9.407 estão em Bayeux. O restante nos demais municípios paraibanos.

De acordo com a gerente de Proteção Básica da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Humano, Edclê Travassos, além do Bolsa Família, o governo também lançou o Programa Brasil Carinhoso, que beneficia crianças de até seis anos de idade que já são assistidas pelo Bolsa Família, mas que ainda continuam em situação de extrema pobreza.

São 88.220 crianças atendidas. Por mês, o governo federal destina ao Estado mais de R$ 7,5 milhões para serem distribuídos entre moradores que vivem em extrema pobreza. Os valores do Brasil Carinhoso variam de acordo com o tamanho e situação socioeconômica das famílias. A quantia mínima é R$ 32 e a máxima pode chegar até aos R$ 800, dependendo da quantidade de filhos. A inclusão no benefício ocorre de forma automática.

“O Brasil Carinhoso veio para corrigir uma injustiça social e aumentar a renda de pessoas muito carentes”, destaca a gerente.