Pais estão atentos à navegação dos filhos

Estudo mostrou que 47% dos usuários não falam aos pais o que fazem durante o tempo que passam navegando na internet.

Férias, época do ano bastante aguardada pela maioria dos jovens que esperam ansiosamente a oportunidade de não ter hora de acordar, viajar, ir à casa de amigos, cinema e principalmente ter tempo livre para as horas de lazer. E um dos passatempos preferidos de meninos e meninas é navegar durante todo o dia na internet. Hábito que oferece acesso à informação, mas também aproxima de perigos pela facilidade que há no relacionamento entre pessoas que estão separadas pelo espaço cibernético.

Uma pesquisa divulgada no mês passado pela empresa de tecnologia de segurança da informação McAfee, apontou dados preocupantes. Após entrevistar 401 jovens de 13 a 17 anos e seus pais, o estudo mostrou que 47% dos usuários não falam aos pais o que fazem durante o tempo que passam navegando na internet, e mais da metade dos entrevistados, 57%, afirma que os pais sabem apenas uma parte das atividades que eles realizam online.

A empresária Joseane Muniz Brandão, 38 anos, percebeu que ao liberar completamente o acesso à internet em sua casa para Maria Vitória, 12 anos, e Luís Miguel, 9, poderia deixar expostos seus filhos e decidiu frear o acesso dos dois.

“Há um ano eu retirei o computador da minha casa e eles só podem acessar a internet do meu trabalho. Como eu passo muito tempo na minha empresa, quando eles estão comigo eu tenho um controle maior do que ele estão tendo contato”, contou.

E não foi apenas o ato de “restringir” o acesso à internet que mudou a rotina da família Muniz. Conversas com os filhos, para mostrar que nem sempre o que está do outro lado da tela é maravilhoso, passou a ser pauta nos diálogos entre os três.

“Eu tenho medo de alguém ludibriar a minha filha e a incentivar a fazer algo perigoso. Eu sempre pergunto para ela: ‘você sabe quem é que está do outro lado da tela?’. E com meu filho meu receio é a mudança de comportamento que ele possa ter tendo acesso a jogos de violência, por exemplo”, contou.

Essas preocupações da mãe são completamente normais, segundo aponta a psicóloga Sophia de Holanda. De acordo com a especialista, os casos de pornografia infantil e crimes de violência cometidos por pessoas que se conhecem através da internet tem elevado o estado de alerta desses pais.

“É natural o pai saber quem são os amigos dos seus filhos, saber o que eles estão acessando. Essa vigília muitas vezes supera a vulnerabilidade que os jovens têm pela falta de experiência. O que não pode é exagerar na dose do controle”, contou a psicóloga.