Ocupação irregular no Altiplano

Ocupação começou há pelo menos dez anos com pessoas vindas de cidades do interior do Estado, de acordo com moradores do local.

Cerca de 20 famílias ocupam, de maneira irregular, um terreno no bairro do Altiplano, nas proximidades do condomínio Bougainville, em João Pessoa. Em contraste com os prédios e residenciais de luxo da vizinhança, as famílias construíram pequenas casas e sobrevivem com o medo e a insegurança de serem despejadas do local.

Segundo os moradores do local, a ocupação começou há pelo menos dez anos com pessoas vindas de cidades do interior do Estado. No entanto, as ameaças de despejo ficaram mais frequentes nos últimos dois anos, uma vez que as famílias alegam que o terreno pertence a uma construtora da capital, e os empresários têm pressionado os moradores para deixar as casas.

Além disso, as famílias também correm o risco de ficar sem água e energia elétrica nas residências, já que o fornecimento é clandestino.

A situação de ficar ‘sem teto’ é uma preocupação constante de Evanilda Moreira. A doméstica conta que veio da cidade de Lagoa Seca, na região do Agreste paraibano, a convite de um primo, que já morava no terreno desde 2008. Segundo Evanilda, somente nas últimas duas semanas, donos de uma construtora foram até o local conversar com os moradores para tentar um acordo. “Essa semana, dois homens chegaram aqui e perguntaram quanto a gente gastou para construir as casas. Disseram que vão fazer um acordo e pagar o que a gente gastou”, lamenta.

A falta de condições financeiras para procurar outro local para morar e o desemprego é a realidade na maior parte das famílias que moram no terreno.

PREFEITURA CADASTRA
O diretor de regularização fundiária da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social de João Pessoa (Sedes-JP), Geovanni Freire dos Santos, informou que as famílias que moram no terreno informado pela reportagem já foram cadastradas. Segundo o diretor, a secretaria recebeu um terreno no bairro de Mangabeira para a construção das casas populares e o projeto está em fase de elaboração.

Enquanto isso, as famílias serão avaliadas e deverão receber o auxílio aluguel, no valor de R$200, para deixar as casas. Ainda conforme o diretor, na capital, 40 mil famílias estão cadastradas no programa Minha Casa, Minha Vida e aguardam a entrega dos imóveis.