Paraíba registra terceira morte de paciente com suspeita de H1N1

Homem  estava no Hospital Regional de Patos. Em CG, saúde quer orientar fluxo de atendimento.

A Paraíba registrou pelo menos três mortes por suspeita de infecção pelo vírus H1N1 em apenas uma semana. Um dos óbitos suspeitos da doença foi notificado no Hospital Regional de Patos e os outros casos foram registrados no Hospital Pedro I e no Hospital de Trauma. Além dessas mortes suspeitas, na última terça-feira foi confirmado o primeiro óbito da gripe A no Estado, que vitimou uma jovem de 25 anos e foi registrado em um hospital particular de Campina Grande. As informações estão de acordo com as gerências regionais de saúde, que diante do surto dessa doença orientam as unidades hospitalares a se preparem para receber os pacientes acometidos por ela.    

Isso porque a forma mais grave dessa gripe precisa de cuidados intensivos e pode levar à morte. Como suspeita-se que tenha acontecido com um paciente que chegou ao Hospital Regional de Patos. Segundo a 6ª Gerência Regional de Saúde, ele já deu entrada na unidade hospitalar muito mal e foi levantada a hipótese de infecção pelo vírus H1N1, mas o quadro dele era tão grave que os exames para comprovar a doença não foram feitos com ele em vida. Ele faleceu na noite da última terça-feira e após isso foi recolhido o material para confirmar se ele seria mais uma vítima da gripe A. O resultado deve sair nos próximos dias. O homem tinha 49 anos, mas não teve o nome informado.

Essa situação tem preocupado as regionais de saúde que vêm se mobilizando para regular o fluxo de pacientes nos serviços de saúde. Para se ter uma ideia, em Campina Grande já foram notificados 15 casos de infecção por H1N1, sendo dois confirmados e 13 em investigação, conforme os dados da Secretaria Municipal de Saúde. De todos os casos, apenas quatro são de pessoas residentes de Campina Grande.

Um dos casos investigados pela secretaria é o de uma adolescente grávida que foi internada na noite da última terça com suspeita da gripe A na cidade. Ela tem 16 anos e é oriunda do município de Maturéia, no Sertão. A paciente chegou ao Instituto de Saúde Elpídio e Almeida (Isea) grávida de 36 semanas e com um quadro de insuficiência respiratória. Conforme o diretor da unidade, Antônio Henriques, ela foi submetida a uma cesárea e segue em estado grave. “A equipe médica optou por fazer o parto cesáreo para prevenir possíveis complicações. O bebê está saudável, reflexos normais e não apresenta nenhum desconforto respiratório, mas estamos acompanhando também. Já a mãe continua internada na UTI em estado gravíssimo”, informou. A coleta de secreção para o exame foi feita na manhã de ontem e o resultado deve chegar em quinze dias.

Conforme a gerente da 3ª Regional de Saúde, Tatiana Medeiros, os pacientes que apresentam a forma mais grave da doença e que evoluem para uma insuficiência respiratória, precisam de tratamento intensivo, nas UTIs, e por isso é importante que os hospitais encarem essa responsabilidade. 

“Segunda-feira fizemos uma reunião para tratar do fluxo desses pacientes e também da falta de disponibilidade de leitos. A segunda reunião será na próxima terça-feira, quando o HU deverá apresentar a disponibilidade oficial de leitos, pelo menos temporários, para esse quadro”, esclareceu, ao salientar: “estamos discutindo de forma amigável para não recorrer a outras medidas, como ao Ministério Público.”

O que acontece é que mesmo com vários hospitais credencidos ao SUS em Campina Grande, muitos pacientes ainda são destinados ao Trauma, o que acaba superlotando a unidade que é referência para pacientes acidentados e vítimas de violência. Conforme o diretor, Geraldo Medeiros, atualmente há três pessoas internadas no Trauma de Campina Grande com suspeita de H1N1. (Colaborou Eloyna Alves- Especial para o JP)