Adeptos de jogos eletrônicos passam a ser reconhecidos como atletas na Paraíba

Lei também cria o ‘Dia Estadual do Esporte Eletrônico’, na data de fundação do Atari.

Associação De Futebol Digital Virtual De Caucaia
Adeptos de jogos eletrônicos passam a ser reconhecidos como atletas na Paraíba
Jogadores de games agora podem ser chamados de atletas na Paraíba. Foto: Associação De Futebol Digital Virtual De Caucaia

Os adeptos de jogos eletrônicos agora poderão ser também chamados de atletas na Paraíba. A novidade foi implementada por uma lei, que entrou em vigor nesta sexta-feira (25). A norma, de autoria do deputado Tovar Correia Lima (PSDB), também cria o ‘Dia Estadual do Esporte Eletrônico’. A nova lei foi promulgada pelo presidente da Assembleia Legislativa, Gervásio Maia (PSB), e publicada no Diário Oficial do Estado com vigor imediato.

A própria lei define como as atividades que, fazendo uso de artefatos eletrônicos, caracteriza a competição de dois ou mais participantes, no sistema de ascenso e descenso misto de competição, com utilização do round-robin tournament systems e o knockout systems.

O ‘Dia Estadual do Esporte Eletrônico’, determinado pela lei, deverá ser comemorado no dia 27 de junho. A data é alusiva à marca da fundação da empresa Atari, uma das principais responsáveis pela popularização dos vídeo games, fundada em 27 de junho, do ano de 1972 por Nolan Bushnell e Ted Tadbney.

A lei também estabelece que o estado da Paraíba reconheça como fomentadora da atividade esportiva a Confederação, Federação, Liga e entidades associativas, que normatizam e difundem a prática do esporte eletrônico.

Finalidade do projeto

Na prática, disciplina a lei, os objetivos específicos são os de promover, fomentar e estimular a cidadania, valorizando a boa convivência humana através da prática esportiva; propiciar a prática esportiva educativa, levando os jogadores a se entender como adversários e não como inimigos, na origem do fair play, para a construção de identidades, baseada no respeito; além de desenvolver a prática esportiva cultural, unindo por meio de seus jogadores virtuais, povos diversos em torno de si, independentemente do credo, raça e divergência política, histórica e/ou social; combater a discriminação de gênero, etnias, credos e o ódio, que podem ser passados subliminarmente aos sujeitos-jogadores nos games; e contribuir para a melhoria da capacidade intelectual fortalecendo o raciocínio e habilidade motora de seus praticantes.

Na justificativa ao projeto, Tovar Correia Lima argumentou que a iniciativa enseja a possibilidade de estimular a cidadania, levando os jogadores a se entender como adversários e não como inimigos, na origem do fair play, para a construção de identidades, baseada no respeito. “Diante deste cenário, a virtualização esportiva é de relevante interesse público que contribui significativamente na melhoria da capacidade intelectual fortalecendo o raciocínio e habilidade motora de seus praticantes”, completou.

Associação Paraibana de Futebol Digital

O presidente da Associação Paraibana de Futebol Digital, Luiz Carneiro Júnior, disse que a promulgação da lei é importante, primeiramente, para desmistificar que o vídeo game é “coisa de criança”. Segundo ele, há atletas que não se autodeclaram atletas por vergonha e medo de chacota. “Outro ponto importante que a lei vai nos permitir é pleitear patrocínio com empresas para que os atletas paraibanos possam participar de competições em nível nacional e até internacional.

Luiz Júnior também argumentou que, apesar de uma possível polêmica em torno da atividades ser esporte, a prática demonstra que os adeptos dos jogos eletrônicos são, de fato, atletas. “Qualquer tipo de atividade que tenha disputa e mais de um competidor já é considerada esporte. No caso dos jogos eletrônicos, ela requer um esforço mental e até físico, tanto que nossos atletas quando vão para as competições adotam uma dieta especial e uma rotina diferenciada”, comentou.