Suspeitos de envolvimento na morte de integrantes do MST em acampamento são presos

Operação da Polícia Civil prendeu dois homens e uma mulher. Uma das prisões foi no acampamento

Suspeitos de envolvimento na morte de integrantes do MST em acampamento são presos
Vítimas foram mortas por homens encapuzados e fortemente armados (Foto: Reprodução/TV Cabo Branco)

A Polícia Civil prendeu na manhã desta sexta-feira (17) três suspeitos de envolvimento na morte de dois integrantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), em Alhandra, no Litoral Sul da Paraíba. O crime aconteceu no dia 8 de dezembro de 2018 dentro do acampamento Dom José Maria Pires e teve como vítimas José Bernardo da Silva, conhecido como Orlando, e Rodrigo Celestino.

As prisões aconteceram durante a Operação Ampulheta, que também cumpriu três mandados de busca e apreensão. De acordo com a polícia, os suspeitos são dois homens e uma mulher. Uma prisão aconteceu no próprio acampamento onde ocorreu o duplo homicídio e as outras foram na Avenida Cabo Branco e no bairro do José Américo, em João Pessoa.

“Uma investigação longa, sensível, que hoje culminou no cumprimento desses mandados”, afirmou a delegada de homicídios de Alhandra, Flávia Assad. Os maiores detalhes da investigação vão ser apresentados em uma entrevista coletiva ainda na manhã desta sexta-feira.

O Crime

José Bernardo da Silva e Rodrigo Celestino foram mortos a tiros por homens encapuzados e fortemente armados que invadiram o acampamento Dom José Maria Pires. O crime aconteceu no momento em que as duas vítimas estavam jantando. O acampamento fica na fazenda Garapu e o local está ocupado pelas famílias desde julho de 2017.

Na época do crime, a delegada Lídia Veloso, que estava à frente do caso, disse que o crime tinha características de execução, porque os atiradores mandaram outras pessoas se afastarem e atiraram somente nas duas vítimas. “Falaram que queriam só eles, mandaram os outros saírem do meio, renderam e atiraram. Por isso trabalhamos com execução”, afirmou

José Bernardo da Silva era um dos diretores do MST na Paraíba. Ele não morava no Acampamento Dom José Maria Pires e estava visitando o local quando acabou sendo assassinado

Orlando é o segundo membro da família ligado a movimentos sociais vítima de assassinato. Em 2009, o irmão dele, Odilon Bernardo, que integrava o Movimento dos Atingidos por Barragens na Paraíba (MAB/PB) foi assassinado em uma emboscada. Depois disso, um outro irmão deles, Osvaldo entrou no programa de proteção aos defensores dos direitos humanos.

A outra vítima, Rodrigo Celestino, tinha 38 anos, e morava no acampamento onde aconteceu os assassinatos.