Paraíba tem mais de 4 mil mortes por AVC em cinco anos e MPPB quer rede de proteção

Além de campanhas, órgãos articulam uma rede de atendimento às vítimas.

Foto: Leonardo Silva
Paraíba tem mais de 4 mil mortes por AVC em cinco anos e MPPB quer rede de proteção
Além de campanhas, Secretarias de Saúde devem melhorar atendimento às vítimas. Foto: Leonardo Silva

A cada dia, duas pessoas morrem vítimas de Acidente Cerebral Vascular (AVC) na Paraíba, segundo dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), da Secretaria de Estado da Saúde. Nos últimos cinco anos foram 4.338 casos contabilizados pelo estado, o que acendeu o sinal de alerta do Ministério Público da Paraíba (MPPB). Em reunião com representantes da SES, ele está articulando a organização da rede de atendimento a vítimas de AVC no estado.

Para o MPPB, a Paraíba avançou com a construção do Hospital Metropolitano Dom José Maria Pires, que está se colocando como uma unidade de referência, mas ainda há problemas na organização do fluxo e do atendimento, principalmente, nas cidades do interior.

O coordenador do Centro de Apoio Operacional às Promotorias de Justiça da Saúde, o promotor Raniere da Silva Dantas, se reuniu, na última quarta-feira (3), com o secretário estadual de Saúde, Geraldo Antonio de Medeiros; o assessor jurídico da SES, Rodrigo Silveira Rabello de Azevedo; diretor-técnico do Hospital Metropolitano, Antônio Cavalcante Pedrosa Sobrinho, e coordenador de Neurocirurgia da unidade, George de Albuquerque Cavalcanti Mendes.

“A reunião foi pra discutir a questão do atendimento aos casos de AVC na Paraíba, uma queixa antiga. Com o Hospital Metropolitano, houve um avanço nesse sentido, principalmente, nos casos de intervenção cirúrgica. Discutimos a necessidade de se fazer uma campanha educativa para que a população saiba reconhecer os sinais de AVC e o serviço que deve procurar e a capacitação dos profissionais que fazem o primeiro atendimento, a medicação e o encaminhamento do paciente. Vamos mobilizar as secretarias de Saúde de João Pessoa e Campina Grande, inicialmente, para a participação do Samu e, também, garantir que a medicação esteja disponíveis em outras cidades como Patos, Sousa, Cajazeiras e Monteiro”, explicou o promotor.

Os representantes dos órgãos de saúde se comprometeram com o planejamento das atividades discutidas e a expectativa do MPPB, que acompanhará todo o processo, é que sejam executadas o mais rápido possível.

Dentre os encaminhamentos estão:

1. Disponibilidade da trombólise química (trombolítico) em cidades-polos da Paraíba;

2. Campanha educativa sobre sintomas do AVC e o que fazer diante deles;

3. Capacitação dos médicos nas cidades do Estado onde será disponibilizada a medicação;

4. Capacitação do Samu de João Pessoa e Campina Grande;

5. Disponibilidade dos trombolíticos nas unidades de pronto atendimento (UPAs);

6. Indicação de unidade referenciada para a realização de tomografias.

Ano Mortes por AVC*
2014 907
2015 870
2016 970
2017 820
2018 771
TOTAL 4338
*Fonte/dados: Sistema de Informação sobre Mortalidade SIM/SES-PB