Entre a ligação telefônica até o atendimento realizado pela ambulância do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), em João Pessoa, o tempo médio de espera para casos de pacientes graves pode chegar a 38 minutos, quase quatro vezes maior que a média. Segundo a Associação Brasileira de Resgate e Salvamento, o tempo ideal deveria ser 10 minutos. A informação é de um levantamento feito pela TV Globo, através da Lei de Acesso à Informação (LAI), e tem como base os meses de janeiro a junho deste ano.
Em um comparativo com outra capital nordestina, em Fortaleza, por exemplo, o tempo médio para um salvamento é de 15 minutos. Apenas quatro capitais enviaram os dados solicitados pela TV Globo.
Criado há 15 anos, o objetivo do Samu é tentar socorrer pacientes de forma rápida e eficiente, evitando mortes ou graves sequelas. O serviço está presente em aproximadamente 3,6 mil municípios brasileiros. O atendimento é financiado pelo governo federal, com contrapartidas de estados e municípios.
O presidente da Associação Brasileira de Resgate e Salvamento, Edison Teixeira, disse a TV Globo que o ideal seria que as ambulâncias levassem menos de dez minutos entre o recebimento da ligação até a chegada no local da ocorrência. “São estudos feitos no mundo inteiro e que demonstram que aqueles pacientes graves se beneficiam quando os primeiros socorros são realizados rapidamente”, falou.
Um dos atenuantes para que os atendimentos não sejam realizados no tempo ideal está relacionado à falta de estrutura de alguns hospitais. Um problema recorrente é a falta de leitos disponíveis para internação, o que acaba levando o paciente a ser atendido na maca. Sem o equipamento, a ambulância não pode seguir para um novo chamado.
Resposta
Em nota, a Secretaria de Saúde do Município explicou que no período de janeiro a novembro deste ano, o Samu Regional de João Pessoa realizou 35.747 atendimentos e recebeu nove novas ambulâncias que reforçaram a frota e melhoraram a assistência. Além da capital paraibana, o atendimento é prestado a outros 59 municípios que compõem a 1ª macrorregião de saúde.
A nota destaca, ainda, que o elevado número de trotes, que representa aproximadamente 30% das ligações recebidas pelo serviço, atrasando as equipes no atendimento de uma real situação de socorro. O tempo médio de resposta é também afetado pela dificuldade na recepção dos pacientes nos hospitais de referência.
