O PT segue sem unidade em João Pessoa. Uma ala defende a aliança com o PSB e a outra a candidatura própria. Para Júlio Rafael, que é uma das lideranças em torno da manutenção da parceria com os socialistas, o ‘racha’ acontece apenas em João Pessoa. Enquanto isso, para o presidente do PT na Paraíba, Rodrigo Soares, que defende o partido na cabeça de chapa, o que há é uma minoria dissidente.
“Eu diria que tem uma divisão do partido em João Pessoa. Nos outros municípios há unidade como um todo”, garantiu Júlio Rafael. “Na minha opinião (os que defendem candidatura própria), querem fazer do pleito em João Pessoa um palanque de oposição ao Governo do Estado, o que é um desrespeito à população da capital”, alfinetou.
Pelas contas feitas por Júlio Rafael, no diretório de João Pessoa haveria 37 membros, sendo que 20 deles apoiam a aliança. “São 56% contra a candidatura própria. É preciso que (a ala que defende o contrário) tenha mais humildade. Acho que ficará em até 60% o número de filiados que apoiam a manutenção da aliança com o PSB, ou seja, a candidatura de Estelizabel Bezerra”, observou.
Júlio Rafael também voltou a criticar a tese do diretório estadual, segundo a qual o PT precisaria ter candidato e, assim, ser protagonista. “Pergunto, então, cadê o protagonista de Campina Grande? Há cidades em que o partido participava do Governo (da gestão local) e, assim, vai ser candidato como? Fazemos uma proposta: se quiser ser protagonista nas dez maiores cidades, entregue os cargos”, alfinetou.
O PT, na capital, está aliado ao PSB desde 2004 e faz parte, portanto, da bancada de sustentação do atual prefeito, Luciano Agra (PSB). Porém, desde as eleições de 2010 os laços entre as duas legendas na Paraíba ficaram frágeis. Afinal, naquela época elas disputaram em lados diferentes. Os socialistas levaram a melhor, elegendo o governador Ricardo Coutinho.
Enquanto o resultado dessa ‘quebra de braço’ dentro do PT não é definido, o deputado estadual Luciano Cartaxo se empenha na luta por sua pré-candidatura na capital. Esta semana, ele disse à imprensa que está confiante na força da militância para confirmar no mês que vem o seu nome na disputa, representando a sigla.
