Polícia Federal indicia mais de 350 por crime eleitoral

Investigações contra os crimes eleitorais continuam abertas e os culpados estão sem a punição.

A seis meses para a realização das eleições municipais deste ano, que ocorrerão no dia 7 de outubro, as investigações da Polícia Federal contra os crimes eleitorais, ocorridos no pleito de 2010, continuam abertas e os culpados pelas violações eleitorais estão sem a punição da Justiça.

Um levantamento feito junto à Superintendência do órgão em João Pessoa e nas delegacias de Campina Grande e Patos revela que, de janeiro de 2010 para cá, 359 pessoas já foram indiciadas pelo cometimento de algum tipo de infração eleitoral.

No Estado nesse mesmo período foram instaurados 154 inquéritos, apurando práticas que vão de encontro à Legislação Eleitoral em vigor, sendo que a maior parte deles já foi concluída.

Os crimes são muitos e praticados de forma isolada ou organizada. corrupção ativa, compra de votos, falsificação de documentos, utilização indevida de cargos públicos e a tradicional ‘boca de urna’ nos dias que antecedem e na data do processo eleitoral.

De acordo com o delegado da Polícia Federal Gustavo Vieira Barros, em alguns casos o desafio das investigações é chegar às pessoas que comandam o ‘esquema’. “O que ocorre é que muitas vezes nós temos provas contra uma ou outra pessoa, mas ela é apenas um dos elementos do sistema. E aí não adianta muito indiciarmos essas pessoas se não temos provas que ligam a atuação delas a outros acusados, responsáveis por comandar a prática criminosa. Essa sem dúvida alguma é uma grande dificuldade”, ressaltou.

Entre os casos registrados durante o pleito eleitoral de 2010, um deles chamou a atenção pelo nível de envolvimento e de ousadia.

O suspeito de tráfico Francisco Clemente dos Santos, o ‘Passinho’, foi preso em Campina Grande durante uma investigação dos agentes federais e com ele apreendidos vários títulos de eleitores, documentos e materiais de campanha que apontariam para a atuação dele em um esquema de compra de votos, nos bairros do Araxá e Jeremias, periferia da cidade.

A prisão aconteceu em outubro de 2010, mas até hoje, o acusado ainda não foi indiciado pela prática do delito, conforme a Polícia Federal.

O suspeito de tráfico, que é considerado um dos líderes da comercialização e distribuição de drogas na cidade foi interrogado, meses atrás, no inquérito 275/2010. De acordo com a Polícia Federal, haveria indícios que ligariam a atuação dele a pelo menos seis pessoas públicas, na época candidatas nas últimas eleições estaduais.