A pesquisa Ipespe mostra claramente que a eleição de Bayeux está, literalmente, indefinida porque a maioria dos eleitores da cidade, se contassem com outra alternativa, não votariam em nenhum dos sete candidatos que estão concorrendo ao pleito municipal. Três análises fundamentam essa conclusão.
A primeira conclusão se impõe quando se constata que, a praticamente 60 dias da votação, a pesquisa registra 50% de eleitores indecisos e 15% que anulariam seus votos ou votariam em branco, o que totaliza 65% dos que não se manifestaram.
Os dois candidatos mais votados, na pesquisa espontânea, Expedito Pereira (PSB) e Sara Cabral (DEM), obtiveram percentuais baixos, respectivamente 18% e 11%. E era de se esperar que seus votos certos e definidos estivessem em patamares bem mais elevados, pelo fato de que já foram prefeitos de Bayeux. Os demais candidatos não empolgam já que, com exceção de Raimundo Dentista (PRP), com 4%, nenhum outro ultrapassou 1% na espontânea.
A segunda conclusão se embasa na análise da intenção estimulada de votos, quando temos os ex-prefeitos Expedito e Sara com 31% e 21%, respectivamente, enquanto a soma dos demais totaliza 12%. Surpreende que, mesmo sendo teoricamente a última oportunidade para o eleitor decidir seu voto, na estimulada, 18% continuam indecisos, enquanto o percentual dos que anulariam seus votos cresceu um pouco, passando de 15% para também 18%.
A terceira conclusão se infere da análise dos índices do favoritismo para ganhar as eleições. Expedito é apontado como favorito por 38% e Sara, por 25%. Surpreende novamente, entretanto, que 31% não soubessem ou não responderam. Esse percentual pode sinalizar que segmentos consideráveis da população de Bayeux ainda não estão envolvidos no clima das eleições, exatamente porque os candidatos não motivam os eleitores.
Nos cenários analisados, o prefeito Jota Júnior não reúne condições de apoiar nenhum candidato, uma vez que tanto sua administração, quanto sua forma de administrar a cidade – ambas com avaliação de 76% de “ruim” e “péssima”– são veementemente rejeitadas pela população.
O curioso é que os baixos percentuais de rejeição alcançados por Expedito (21%) e por Sara (26%) não explicam os índices apenas razoáveis de votação que alcançaram. Invertendo-se esses índices, deduz-se que Expedito não é rejeitado por 79% da população, e Sara também não o é por 74%. Levanta-se a hipótese de que talvez os dois candidatos sejam pessoas que tenham uma boa aceitação na comunidade, mas não como gestores públicos.
Pelas análises processadas, concluímos que nenhum dos candidatos se inseriu, até agora, no inconsciente coletivo dos eleitores e nem atende plenamente às expectativas da população de Bayeux quanto ao que se espera do novo prefeito.
