Acusado de pistolagem, vereador eleito renuncia mandato no Sertão

Preso, Ubiraci Rocha foi proibido de tomar posse pela Justiça Eleitoral. 

Eleito vereador de Catolé do Rocha, no Sertão, mesmo estando atrás das grandes, Ubiraci Rocha (PS) chegou a ser diplomado por procuração. Todavia, ele foi proibido de tomar posse no 1º de janeiro de 2017 pela juíza Lílian Franssinetti Cananea. Com a decisão, o acusado de pistolagem renunciou um dia antes da posse.

Diante da renúncia, foi empossado no cargo de vereador o suplente Valdeci Dantas da Cunha (PTB). Na solenidade de posse dos parlamentares, Janaildo Rocha e Janaina Rocha, irmãos de Ubiraci, discursaram e agradeceram aos eleitores de Catolé de Rocha. Eles disseram que Bira, como é mais conhecido, vai ser inocentado e nas próximas eleições , em 2020, ele realizadará o sonho de ser vereador.

Bira Rocha está preso provisoriamente desde maio de 2016 e precisou de autorização judicial e escolta para ir votar. Ele eleito recebeu 948 dos 17.478 votos válidos no município. A sua prisão ocorreu uma operação do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Militar da Paraíba, realizando transações bancárias em uma agência de João Pessoa, Bira segue no Presídio Padrão Manoel Gomes, em Catolé do Rocha.

Segundo o delegado Allan Murilo Terruel, Bira era cidadão que assustava e causava pânico nas pessoas, seu nome está ligado a casos de assassinato, como um mandante de crimes e executor.

Constrangimento

A eleição de Bira Rocha gerou críticas, na ocasião, do presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Gilmar Mendes para quem o resultado envergonhava os brasileiros e constrangia a Justiça Eleitoral já que se tratava de um "traficante, que integra um grupo de extermínio".

A prisão preventiva de Bira, segundo Mendes, seria uma forma de colocar em ação a Lei Ficha Limpa, "assim ele não poderia exercer nenhum cargo público, já que responde por crimes de tráfico e homicídio".