Advogado de Fabiano critica Ferraz e promete processá-lo por difamação

Abelardo Jurema Neto rebate críticas do procurador regional eleitoral, diz que seu nome foi jogado na lama de forma irresponsável e promete processo contra Ferraz.

Phelipe Caldas

O advogado Abelardo Jurema Neto, que advoga para o deputado estadual Fabiano Lucena, procurou nesta sexta-feira (7) a reportagem do portal Paraíba1 para rebater as críticas feitas pelo procurador regional eleitoral Guilherme Ferraz, que o acusou de ter viajado a Brasília com passagem paga pela Assembléia Legislativa com o objetivo de protelar o julgamento que pede a cassação do parlamentar tucano.

De posse de um documento da Classic Viagens, datada de 31 de outubro e que provaria que a passagem para Brasília foi paga por ele próprio, Abelardo se disse “magoado, irresignado, difamado e revoltado” com o fato de seu nome ter sido “jogado na lama de forma irresponsável sem que para isto o procurador tenha apresentado uma única prova”. Ele garantiu que vai acionar Guilherme Ferraz em âmbito penal, civil e administrativo e disse que tanto a OAB nacional como a sua Seccional Paraíba também vai se posicionar sobre o fato.

Abelardo Jurema Neto disse ainda que já pediu as notas taquigráficas da última sessão do Tribunal, para ter em mãos todo o conteúdo do que foi dito. Ele disse que ao contrário do que foi insinuado por Ferraz, sua viagem não foi de "supetão" e não teve a intenção premeditada de atrasar o julgamento.

“Eu comuniquei ao relator do processo, o juiz Nadir Valengo, que eu teria que me ausentar da cidade no dia da sessão. Pedi autorização antecipada para viajar, o que foi deferido por ele e por toda a corte, de forma que Ferraz errou feio ao fazer tais declarações”, destacou, garantindo também que na próxima segunda-feira estará presente na sessão do TRE, quando o julgamento poderá acontecer sem problemas.

Ele lembrou também que como advogado não tem satisfações a dar a Guilherme Ferraz, mas que tentava apenas apresentar a verdade dos fatos. “Guilherme Ferraz, segundo ele mesmo disse, se baseou apenas em um telefonema à TAM para dizer que a passagem teria sido comprada pela Assembléia, quando todos sabem que telefonema não é prova para nada”, frisou. “Vou processá-lo para dar oportunidade a ele apresentar uma prova que seja”, completou.

O advogado fez questão de dizer que tem muito respeito ao Ministério Público como instituição e que por isso também vai abrir um processo administrativo para saber porque um de seus membros agiu de forma tão precipitada.

Sobre o fato de, antes o processo ter seis advogados e agora só ter ele, Abelardo lembrou que desde a origem da ação foi ele quem fez todas as defesas orais. “Seria muito estranho que num processo sério destes, um outro advogado fizesse a defesa neste momento”, concluiu.

Entenda o caso – O Ministério Público Eleitoral é o autor do processo que pede a cassação do deputado estadual Fabiano Lucena, sob a acusação de que ele seria o líder de uma quadrilha de compra de votos. O processo estava na pauta de julgamento desta quinta-feira (6), mas acabou adiado por pedido da defesa.

A alegação era de que o advogado Abelardo Jurema Neto estaria em viagem por Brasília, o que provocou a revolta do procurador.