Advogado diz que deixará a defesa de Michel Temer

Ele alega impedimento por ter atuado na defesa do doleiro Lúcio Funaro. 

Advogado diz que deixará a defesa de Michel TemerO advogado Antônio Mariz de Oliveira disse nesta sexta-feira (22) que não vai mais atuar na defesa do presidente Michel Temer. Ele explicou à TV Globo que tomou a decisão de se desligar das ações judiciais que envolvem o presidente da República por questões éticas, em razão de ter atuado na defesa do doleiro Lúcio Funaro, que fez acusações contra Temer em seu acordo de delação premiada.

Embora esteja deixando oficialmente a defesa, Mariz disse que, em razão de sua amizade com o peemedebista, continuará aconselhando Temer em questões jurídicas.Para não deixar o peemdebista desacobertado, o advogado informou que vai apresentar uma lista com quatro sugestões de advogados para substitui-lo no comando da defesa do presidente. 

A assessoria do Palácio do Planalto afirmou ao G1 que não vai se manifestar sobre a decisão de Mariz.

O advogado de Temer tornou pública a decisão de deixar a defesa do presidente um dia depois de o Supremo Tribunal Federal (STF) encaminhar para a Câmara dos Deputados a nova denúncia contra o peemedebista apresentada pela Procuradoria Geral da República (PGR) por organização criminosa e obstrução de Justiça.

Caberá aos deputados federais decidir se autorizam ou não o STF a apreciar a denúncia em meio ao mandato de Temer. A primeira denúncia, por corrupção passiva, foi rejeitada em agosto pela Câmara após 36 dias de tramitação na Câmara.

A votação da nova denúncia, avaliou o presidente da Casa, Rodrigo Maia (DEM-RJ), pode ocorrer em outubro. Para a acusação da PGR contra o presidente seguir ser analisada pelo Supremo, são necessários os votos de, no mínimo, dois terços dos deputados, ou seja, 342 dos 513.

Se os deputados derem aval para a denúncia seguir para o STF, os ministros da mais alta Corte do país poderão analisar se aceitam ou não a acusação. Neste caso, Temer se tornará réu e será afastado do comando do Palácio do Planalto por até 180 dias.

Por outro lado, se a Câmara não der aval ao prosseguimento desta nova denúncia – como fizeram em agosto – a acusação do Ministério Público ficará parada até o fim do mandato de Temer, em 31 de dezembro de 2018.