ALPB aprova LOA 2018 sem acatar proposta dos poderes

Orçamento original de Ricardo Coutinho foi aprovado, mesmo com obstrução da oposição.

ALPB aprova LOA 2018 sem acatar proposta dos poderes

Sem considerar as novas propostas orçamentárias enviadas pelos poderes, a Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB) aprovou, nesta quarta-feira (29), o projeto de lei original da Lei Orçamentária Anual para 2018 enviado pelo governador Ricardo Coutinho (PSB). O orçamento geral do estado para o próximo ano é de R$ 11,05 bilhões.

O orçamento foi aprovado com os votos de 22 deputados governistas, devido ao pedido de obstrução apresentado pelo líder da base governista, Bruno Cunha Lima (PSDB). Com a decisão, os 11 oposicionistas presentes à sessão ficaram sem votar.

A matéria havia sido aprovada mais cedo na Comissão de Orçamento, com relatoria de Jeová Campos (PSB), em substituição ao deputado João Gonçalves (PDT), e logo seguiu à plenário. Em seu parecer, Jeová Campos se queixou que as propostas enviadas pelo poderes na última sexta-feira (24) pode comprometer o equilíbrio fiscal do estado.

Pelas novas propostas, o Tribunal de Justiça iria receber R$ 18,5 milhões a mais para o próximo ano. O Ministério Público teria um incremento de R$ 7,1 milhões e a Defensoria Pública receberia R$ 2,4 milhões a mais. O total do impacto seria de cerca de R$ 28 milhões e, segundo parecer do relator, “quase a totalidade em aplicações com gastos orçamentários com pessoal e auxílios”.

“A Receita Ordinária Líquida (ROL) é a única receita possível de ser partilhada entre os poderes e órgãos no que se refere ao cumprimento de repasses de duodécimos, uma vez que não existe a possibilidade/viabilidade legal de partilhar receitas vinculadas”, pregou o relator.

Como compensação, o relator da LOA recomendou um adicional de R$ 2 milhões ao orçamento original do Judiciário, mas o vinculando à utilização do recurso exclusivamente para manter em funcionamento as 15 comarcas paraibanas que devem ser extintas.

Emendas parlamentares

A LOA 2018 foi aprovada com o acréscimo de 354 emendas parlamentares, sendo 268 de apropriação, 84 de metas e dois de remanejamento.

Bate-boca

Antes da análise da peça orçamentária, houve divergência na votação de um requerimento da Mesa Diretora para limitar o número de inscritos para debate em apenas quatro de cada bancada. O deputado Raniery Paulino (PMDB) se insurgiu contra a proposta por considerar ”muito pouco diante de uma pauta tão complexa como a LOA”.

O deputado Renato Gadelha foi mais além e lamentou a decisão do presidente Gervásio Maia (PSB) em limitar o debate na Casa. Para ele, os parlamentares estão sendo tolhidos em seu direitos constitucionais.