Banco favoreceu PT, diz Barbosa

Para o ministro Joaquim Barbosa, dirgentes do Banco Rural permitiram que o PT movimentasse recursos sem notificações. 

Relator do mensalão no STF (Supremo Tribunal Federal), o ministro Joaquim Barbosa indicou ontem que o Banco Rural simulou empréstimos para favorecer o PT e as agências do empresário Marcos Valério. A avaliação foi feita durante análise do segundo dos sete itens da denúncia do mensalão que investiga se houve gestão fraudulenta de quatro réus ligados à cúpula do Banco Rural –que compõem o chamado núcleo financeiro da denúncia.

Segundo a Procuradoria Geral da República, responsável pela acusação, o banco injetou R$ 32 milhões no mensalão. São acusados nesta parte da denúncia a dona do Banco Rural, Kátia Rabello, o ex-vice-presidente João Roberto Salgado, o vice-presidente Vinícius Samarane e a ex-vice-presidente Ayanna Tenório.

Barbosa não concluiu seu voto sobre esse item –o que deve ocorrer na segunda-feira. O crime de gestão fraudulenta tem pena prevista de 3 a 12 anos de prisão. Os quatro réus são acusados de aprovarem empréstimos "fictícios" ao PT e às agências de Valério. Os valores milionários foram liberados sem que os clientes comprovassem renda ou garantias suficientes para pagar o empréstimo.

Na avaliação do relator, os dirigentes do Rural permitiram que outros acusados movimentassem recursos sem notificar devidamente os órgãos de controle, como o Banco Central.