Após a decepção da Seleção brasileira na Copa do Mundo, os campeões de votos iniciam o campeonato eleitoral em busca de novos títulos, superação da marca de votos e longevidade na política. Para o cientista político e professor da UFCG Fábio Machado, a longevidade na vida pública e o acúmulo de votos são fruto da hegemonia de famílias nos poderes Executivo e Legislativo da Paraíba, o que impossibilita grandes mudanças estruturais e políticas no Estado.
A disputa pelo Palácio da Redenção promete ser acirrada. Com 28 anos de vida pública, o senador Cássio Cunha Lima (PSDB) tenta ultrapassar a casa dos 6 milhões de votos em sua trajetória política com participação em dez eleições, incluindo dois segundos turnos para o governo.
Por sua vez, o governador Ricardo Coutinho (PSB), com 22 anos de atividade e oito eleições disputadas, busca superar 3,5 milhões de sufrágios, enquanto o senador Vital do Rêgo Filho (PMDB), há 28 anos na política, quer ultrapassar dois milhões de votos. Ele já disputou diretamente seis eleições. Ainda concorrem ao Executivo estadual o Major Fábio (Pros), Tárcio Teixeira (PSOL) e Antonio Radical (PSTU), que prometem surpreender.
CIENTISTA
Para o cientista político Fábio Machado, o poder político-familiar de vários grupos tem muita influência na sociedade e assegura os mandatos de seus integrantes por décadas, sustentados muitas vezes no assistencialismo.
“A razão do acúmulo de votos e a longevidade na política são garantidas pelo poder familiar no Estado e em todas as regiões.
Na Paraíba, apenas João Pessoa e Campina Grande as pessoas ainda conseguem sobreviver sem os recursos públicos, mas nas cidades a dependência do Poder Público é muito grande e os políticos usam isso para conquistar seus mandatos”, comentou Fábio Machado.
